Publicado em 09/01/2025 às 17:19:00
Nesta quinta-feira (9), Denise Fraga fez uma publicação nas redes sociais para homenagear a mãe, Wilma Fraga, que morreu na última quarta-feira (8), aos 83 anos. A atriz contou que cumpriu os últimos desejos da professora, que quis degustar alguns risoles de camarão acompanhados de cerveja.
"- Que que vai fazer te fazer feliz? Pensa. - Risole de camarão! Encomendei os risoles e umas cervejas. - Quer um copinho? E os olhinhos brilharam de novo. Nos últimos tempos, fiz tudo por esses instantes de brilho", lembrou a artista, cuja matriarca sofria de enfisema pulmonar, doença crônica e degenerativa que afeta os pulmões.
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Denise Fraga disse que, no último ano, Wilma foi internada oito vezes: "Me despedi dela achando que não teria dia seguinte por quatro delas. Fênix exuberante, guerreira incansável, sempre surpreendente e rebelde, quase me fez acreditar na sua imortalidade".
"Depois de tudo que me ensinou na vida, aprendi também com ela que viver o processo da morte de alguém pode conter muita vida. E, ainda, beleza. Não sabia que tinha nome: cuidados paliativos. Palio é aquele manto que é colocado sobre as costas dos cavaleiros que chegam da batalha. Daí vem. É o conforto na reta final", definiu.
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A famosa falou dos cuidados paliativos como um "prêmio por ter lutado": "É possível ainda se despedir de prazeres, ver coisas bonitas, sentir gostos e cheiros, pensar no que se fez, abrir conversas que nunca se teve, inventariar memórias, pedir pra ela contar de novo aquela história engraçada e rir junto, apesar do fim".
Ainda na postagem feita no Instagram, Denise Fraga agradeceu pela mãe ter continuado lúcida até o fim da vida e mencionou a equipe médica que cuidou de Wilma. "Agradeço a todas as pessoas que cuidaram da minha mãe, seus filhos emprestados, minha família e todas as pessoas que se empenharam em retribuir a energia e alegria que ela espalhava por onde quer que passasse", escreveu.
"Nessa reta final, minha mãe teve alguns pequenos e preciosos delírios. Num deles, pediu que escrevessem em seus braços em agradecimento às pessoas. Não fizemos exatamente isso, mas a imagem dessa mulher enterrada com a gratidão escrita à caneta nos braços estará pra sempre gravada na minha memória. Era mesmo agradecida à vida que teve, a ter escolhido a intensidade, a coragem, a alta voltagem, o fascínio pela existência", continuou a atriz.
A veterana ainda se referiu à essa quinta-feira como o dia do vazio, da inflamação da amputação: "Me dei conta de uma coisa muito simples que ontem, na agitação da hora, e por estar preocupada em narrar incessantemente os feitos absurdos da Fênix, realmente não dei: vou sentir muita, muita saudade dela".
"Quando disse isso a ela numa das despedidas, ela me disse: - Mas aí não vai ter mais distância. Não vai ter mais Rio e São Paulo. Não vai ter mais mundo. Não vai ter mais distância pro nosso amor. Não vai mesmo. Sinto que, aos poucos, a falta dela vai virar completude minha. A mulher da minha vida vai estar amalgamada em mim", concluiu Denise Fraga.
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