Publicado em 14/11/2024 às 16:50:00
Um dos maiores cantores e compositores brasileiros, Nando Reis nunca escondeu de ninguém que travou uma dura batalha ao longo de sua vida contra o vício em álcool e drogas, o que acabou impactando a carreira do ex-integrante do Titãs.
"Eu sou alcoólatra, sou dependente químico e essa adicção, como qualquer adicção interferiu muito na minha vida. Mas, diferentemente do que as pessoas creem, ela não é determinante para a qualidade da sua produção", disse Nando Reis em entrevista à revista Breeza.
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"Tinha um sentido desinibitório e de quebra de uma espécie de inércia que tem a ver quase com um traço depressivo, de insegurança numa relação angustiada com a própria capacidade de criação", afirmou o artista, que relatou que está em processo de recuperação há 8 anos.
"É claro que o uso de drogas ou a alteração da consciência também quebra algum tipo de rigidez, do ponto de vista da expressão, que pode ser tanto benéfico quanto desastroso. Eu parei de usar cocaína há oito anos, e a cocaína é uma desgraça para a voz, para tudo, para as vias aéreas e tudo mais. Só a lucidez é capaz de produzir bons resultados", refletiu.
"Para mim é indiferente as músicas que eu fiz alterado ou as músicas que eu fiz sóbrio, a criatividade é minha, o talento é meu, o desenvolvimento da linguagem é meu. O assunto da minha música está muito relacionado a questões existenciais, angústias, temores e tudo mais", comentou Nando Reis.
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Na entrevista, Nando Reis também falou da sua relação com a maconha. "Fazia muito, fez parte na minha adolescência. Eu parei de fumar, porque eu tive pânico, acho que com 18 anos. Eu devo ter fumado, digamos, continuamente com a maior quantidade dos 14 aos 18", explicou.
"Todas essas minhas observações são de ponto de vista pessoal, daquilo que eu vejo, mas, obviamente, eu posso dizer que eu acho que o uso de cocaína e de álcool da forma comum, não só eu, muita gente usa, ele não é benéfico", declarou o compositor de All Star, Segundo Sol, Resposta e Relicário, entre outros clássicos.
"Nunca conversei muito. Eu sempre soube que todo mundo fuma maconha, quase faz parte do ritual da vida das pessoas. Eu e Vânia [Passos, esposa do cantor], a gente sempre observou o quanto isso tinha um componente temerário, nunca incentivei", revelou.
"Claro, quando observei em alguns deles, em determinado momento, um uso excessivo, que me parecia criar um torpor, me incomodava. E eu, como tinha já, mesmo sem reconhecer, noção das minhas questões com a adicção, sempre olhei do ponto de vista de alerta. Falei, que perigo, isso pode dar merda. Eu nunca fui um apologista", concluiu Nando Reis.
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