Publicado em 23/07/2024 às 21:20:00
Aos 83 anos e prestes a retornar às novelas em Volta por Cima, substituta de Família é Tudo na Globo, Betty Faria se envolveu em uma polêmica recentemente. Ao jornalista Marcos Bulques, do canal Conexão Entrevista no YouTube, ela criticou o Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro.
"O nosso sindicato ficou muito fraco. Esses últimos anos nosso sindicato dos atores ficou fraco, não fez exigências devidas. [É uma] fraqueza do sindicato dos atores que deveria ter feito mais exigências do registro de atriz", disse a veterana, comentando a polêmica de influencers em novelas.
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Faria ainda citou o caso da ex-BBB Grazi Massafera. "Acontece que o tempo vai filtrar quem tem a vocação, quem vai estudar porque nós temos alguns exemplos de pessoas que foram Big Brother, a Grazi Massafera, que é uma atriz, uma pessoa de muito talento, ela foi, teve chance, muito bonita, tem sensibilidade", elogiou.
Em entrevista à colunista Fábia Oliveira, o presidente do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro, Hugo Gross, rebateu as críticas de Betty Faria. "Eu tive o prazer de trabalhar com a Betty Faria na novela A Indomada. Eu concordo parcialmente com o que ela disse. Várias gestões, por muito tempo, deixaram essa exigência de lado. Beleza, eu concordo com isso", afirmou.
"Mas esse tema, hoje, está sendo discutido com força plena e total pela atual gestão do sindicato e a gente tem batido muito nessa tecla da exigência do registro profissional, da valorização dos nossos artistas, dos atores, das atrizes, das respeitabilidade da função ator, atriz e técnico também. Respeitando grandes nomes como o da própria Betty Faria, Fernanda Montenegro, Carlos Vereza, Luiz Carlos Arutin… são as células mais importantes de uma produção e a gente tem uma equipe, desde o dia em que entramos, trabalhando muito pra combater essa prática", explicou.
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"Na entrevista, ela é contraditória. Porque ao mesmo tempo que ela fala que o sindicato não cobrou o suficiente nas gestões passadas, ela diz que tem influencers com talento e que ela não pode ser radical. Então ela está sendo contraditória. A Betty não aparece no sindicato desde 2003", alfinetou Hugo.
"Mas ela [Grazi Massafera] foi duramente criticada pela categoria. Duramente. Extremamente simpática, mas talento zero. E depois ela tomou corpo, ela entendeu, ela estudou, ela se dedicou…", pontuou Gross. "O que sindicato vem fazendo é que se cumpra a lei. A gente não está aqui proibindo ninguém de trabalhar", acrescentou.
Ainda na entrevista, Hugo Gross criticou a postura de Betty Faria ao ser questionada sobre a volta da novela Água Viva (1980) no Globoplay. "Em um determinado momento, foi perguntado pra ela sobre Água Viva, não é? E ela em nenhum momento pensou em abraçar essa causa que vem tirando o sono de muitos artistas, que é o direito autoral", acusou.
"Independentemente se ela é rica, independentemente se ela precisa, vários precisam pra sobrevivência. É onde os artistas fazem com que as grandes emissoras ganhem muito dinheiro, é no direito autoral. É poder dividir isso que todos os atores e atrizes têm direito", alertou.
"O que nós sempre vamos defender é que a nossa profissão não é menor que as outras profissões, ela não é menor que um médico, que um advogado… elas são iguais, elas têm a mesma igualdade. Essa é a bandeira do Sated, de lutar pelo direito, pela respeitabilidade do artista. E é isso que a gente vem fazendo sempre. É pelo registro profissional, pelo direito autoral, pela igualdade dos atores, das atrizes, dos artistas do nosso Rio de Janeiro", concluiu Hugo Gross.
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