Ídolo do esporte

Pelé Eterno: Craque quase foi cortado do primeiro título do Brasil na Copa do Mundo

Estrela do futebol mundial perderia sua chance de ganhar o Mundial por causa de psicólogo

Pelé ao lado da taça Jules Rimet: troféu era entregue às Seleções vencedoras da Copa do Mundo até 1970 - Foto: Divulgação/CBF
Por Daniele Amorim

Publicado em 29/12/2022 às 16:11:00,
atualizado em 29/12/2022 às 16:19:01

Rei absoluto do futebol, Pelé correu o risco de não participar do primeiro título do Brasil na Copa do Mundo, que aconteceu na Suécia em 1958. Aos 17 anos, o jovem atacante do Santos foi analisado por um psicólogo da Seleção Brasileira, e o profissional acreditava que o atleta não poderia ir ao Mundial justamente por não ser considerado como alguém que tivesse espírito de equipe ou mentalidade para lidar com eventuais agressões dos adversários. 

Essa história foi documentada no livro biográfico de Mané Garrincha, Estrela Solitária, escrita pelo jornalista Ruy Castro. Na época, a Confederação Brasileira de Desportos (que atualmente é conhecida como CBF) fez um esquema minucioso para assegurar que todos os 22 jogadores pudessem estar no seu auge durante a competição mundial na Europa. Nas duas edições anteriores, 1950 e 1954, o Brasil não tinha feito uma boa campanha por ter "tremido" em jogos decisivos.

Liderado pelo técnico Vicente Feola, a comissão convocou 33 atletas para serem testados até a ida para Suécia. Entre eles, estava Pelé e Mané Garrincha. Respetivamente, estrelas dos times do Santos e Botafogo. Mas, antes dos treinos começarem, todos os atletas passaram por um grande bateria de exames. 

Psicólogo vetou Pelé na Copa do Mundo de 1958

O sociológico licenciado em psicologia, João Carvalhaes, ficou encarregado de fazer testes de avaliação de inteligente e equilíbrio nos atletas. Nas análises, os jogadores tinham que completar desenhos ou rabiscar algo que lhes viesse a mente mediante estímulos.

Apesar dos da comissão assegurar para Carvalhaes que suas análises não seriam motivos de cortes na Seleção, o profissional deixou-se levar pela avaliação para recomendar categoricamente que Pelé não jogasse a Copa do Mundo de 1958. Em seus documentos, ele disse que:

Pelé é obviamente infantil. Falta-lhe o necessário espírito de luta. É jovem demais para sentir as agressões e reagir com a força adequada. Além disso, não tem o senso de responsabilidade necessário ao espírito de equipe. Não acho aconselhável o seu aproveitamento

Mesmo com a recomendação, o time comandado por Feola não abriu mão de Pelé como titular absoluto da Copa do Mundo de 1958. Ele entrou no terceiro jogo do Brasil, ainda na fase de grupos, contra a União Soviética. O placar foi de 2 a 0, com gols de Vavá. 

Pelé decidiu em jogos de Mata-Mata na Copa de 1958

O primeiro gol do atacante veio no jogo seguinte, válido pelas quartas-de-finais, contra o País de Gales. Aos 66 minutos, Pelé carimbou a ida do Brasil para as semifinais com um placar magro de 1 a 0. 

Na próxima partida, contra a França, o atleta fez um hat-trick na sua terceira participação em jogos da Copa do Mundo. A marca é atingida quando um jogador faz três gols na mesma partida. Além dele, o Brasil balançou as redes com Didi e Vavá. O placar foi de 5 a 2. 

Na final, o Brasil teve que enfrentar a Suécia. A Seleção da casa balançou as redes primeiro e começou o confronto na frente aos quatro minutos do primeiro tempo. No entanto, a amarelinha empatou aos nove minutos e ampliou o placar aos 32. Ambos os gols foram de Vavá. 

Pelé, no entanto, não fez feio e também fez o público brasileiro gritar de alegria. Ele fez dois gols, aos 55 e 80 minutos. Por fim, Zagallo também balançou as redes no começo do segundo tempo. O Brasil venceu por 5 a 2 e se consagrou com sua primeira taça da Copa do Mundo. 




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