Publicado em 16/04/2020 às 10:05:00
Marcelo Adnet voltou a falar sobre o abuso sexual que sofreu na infância. O humorista havia revelado a história em entrevista à revista Veja, publicada na última sexta-feira (10), e teve grande repercussão.
“Sempre gostei de abordar tabus”, iniciou ele no Saia Justa dessa quarta-feira (15), no GNT. “Primeira vez foi com sete anos, e eu tive muita sorte que meus pais e avós voltaram pra casa quando ele estava consumando o ato. Comecei a sentir o desconforto de que estava errado, mas criança não sabe o que é sexo, só que ela sabe que tem algo ali que não é saudável, que não é certo”, explicou.
“Teve outro episódio aos 11 anos e aí eu já sabia o que era sexo. Aos sete anos, depois que você descobre que é sexo. Aí é um grande trauma, porque você acaba entendendo o que aconteceu quando criança”, acrescentou, relatando que hoje lida melhor com os episódios.
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Adnet contou que guardou o segredo por anos para proteger seus pais e que as duas situações se tornaram uma marca profunda em sua vida. “Não queria que meu pais sentissem a dor que não era deles. Não teve culpa direta dos meus pais. Queria poupá-los. O segundo cara morreu e depois eu falei com mais tranquliidade”, comentou.
“Recebi muita gente falando que não fala porque a pessoa está viva, ou é parente, ou os pais criticam a vítima. Falar é sempre bom e como a vítima não tem culpa, sempre é assim, eu não devo nada. É uma cicatriz na minha vida”, ressaltou.
O humorista garante que se comunicar e denunciar são os melhores caminhos para poder superar os traumas. “Pra mim, o não dito é o mal dito. Faz muito tempo, mas hoje posso falar com tranquilidade, tive tempo pra lidar e recebi muitas mensagens bacanas”.
Após revelar que foi estuprado na infância, o comediante sofreu ataques nas redes sociais, mas ele garante que o apoio foi muito maior. “Apesar dos ataques, o carinho foi bem maior. E colocar pra fora é concretizar o que está dentro de você. Então, quem puder fazer terapia, faça. Fale com um amigo, uma amiga, aos poucos”, aconselhou.
“Por mais que haja proteção contra o abusador - inclusive na internet, que é muito cruel também - vai ter sempre uma rede de proteção contra quem fizer a denúncia!”, concluiu Adnet.
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