Publicado em 04/03/2020 às 14:10:00
A atriz Regina Duarte, 73 anos, tomou posse nesta quarta-feira (4) da Secretaria de Cultura do governo do presidente Jair Bolsonaro. A cerimônia foi feita no Palácio do Planalto em Brasília e a nomeação da nova Secretária foi publicada no Diário Oficial nesta manhã.
Ao chegar ao novo cargo, Regina viu sua pasta exonerar 12 servidores em cargos de chefia. No discurso, a artista prometeu que irá dialogar com todos os lados e vai buscar pacificação entre a área cultural e a gestão da União.
“Meu propósito aqui é pacificação e diálogo permanente com o setor cultural, com estados e municípios, com o parlamento e com os órgãos de controle”, declarou, deixando claro que sua visão sobre a cultura é de inclusão, geração de emprego, renda e educação.
“Uma cultura forte consolida a identidade de uma nação. A cultura é um ativo que gera emprego, renda, inclusão social, impostos, acessibilidade e educação. E é nisso que acreditamos”, ressaltou.
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Regina Duarte terá que comandar um orçamento de R$ 2 bilhões neste ano. A Secretaria de Cultura faz parte do Ministério do Turismo, que é administrada por Marcelo Álvaro Antônio.
“Acredito que se possa fazer muita cultura, fazer arte e tudo, com os recursos que temos, criativamente, como nos meus tempos de amadora”, analisou Duarte. “Acredito também que se possa fazer mais com mais”, continuou.
"Acredito na busca da beleza, e já sabemos que beleza é inerente ao conceito de arte e assim para não fugir à regram na busca de uma beleza maior, vamos passar o chapéu, como de praxe, por que não? Se a vontade de fazer mais é grande e os recursos são escassos, vamos passar o chapéu, sim”, finalizou a atriz.
O presidente Bolsonaro se manifestou à favor de Regina Duarte, apostando que ela conseguirá administrar a pasta. “Já deixamos um ano para trás e ainda, de forma tímida apenas, começamos a escrever a cultura. Com a chegada dessa grande mulher, Regina Duarte, estamos colocando nas mãos de quem realmente entende do assunto esse desafio”, declarou.
Sobre a Lei Rouanet, o governo continuará com o programa, mas quer maior responsabilidade no uso. “Depois de um ano de governo, nós achamos, tenho certeza, a pessoa certa que pode valorizar, por exemplo, a Lei Rouanet, tão mal utilizada no passado”, posicionou-se o governante.
“O que muitos têm na cabeça é que eu sou uma pessoa que está longe de amar a cultura. Ao longo das últimas décadas, a cultura representou algo para nós que em muitos momentos não era aquilo que a grande maioria do povo queria, almejava. Ela foi cooptada pela política, de modo que ela foi usada para interesses políticos partidários”, finalizou.
No começo de janeiro, o dramaturgo Roberto Alvim foi exonerado por ter publicado um vídeo que tinha muitas semelhanças com propaganda nazista. Ao tentar se explicar, o secretário afirmou ter sido uma “coincidência retórica”, entretanto, a reação negativa e firme de diversos setores fizeram Bolsonaro o demitir.
Regina foi procurada pelo governo no dia 17 de janeiro e anunciou o “sim” no dia 29 do mesmo mês. Em fevereiro, a atriz e a Globo anunciaram que tinham feito uma rescisão de contrato amigável, liberando-a para assumir o cargo de secretária.
A atriz chegou à emissora em 1969, após abandonar a Excelsior para protagonizar Véu de Noiva, escrita por Janete Clair. Desde então, ela viveu inúmeras personagens, inclusive a sonhadora Patrícia Lobato em Minha Doce Namorada (1970). Por conta desse papel, ostentou o título de namoradinha do Brasil.
Ao longo dos 50 anos de Globo, Regina Duarte viveu personagens que fazem parte da memória afetiva do público, como a viúva Porcina de Roque Santeiro (1985), a batalhadora de Raquel em Vale Tudo (1989) ou Maria do Carmo em Rainha da Sucata (1990).
Regina Duarte não tem um papel fixo foi em 2017, quando atuou na novela Tempo de Amar, da faixa das 18h, em que ela viveu a personagem Madame Lucerne. A última protagonista da atriz no canal foi em 2006, quando ela viveu Helena de Páginas da Vida.
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