Publicado em 02/12/2019 às 17:25:00
Debora Bloch está fazendo sucesso como protagonista da série Segunda Chamada, da Globo, e já se prepara para começar a gravar a segunda temporada da produção. A atriz se mostrou satisfeita em poder trabalhar num projeto que tem levantado discussões sobre a educação do país.
“Outro dia, estava na praia e recebi fotos de crianças no chão num tiroteio no Vidigal. E a gente na praia, olhando para o Vidigal, como se tudo estivesse normal. Há uma guerra do nosso lado e a gente não vê. Esse é o retrato da Zona Sul hoje. Vivemos encastelados como Marias Antonietas, como se não fosse com a gente”, comentou em entrevista ao O Globo nesta segunda-feira (02).
O enredo gira em torno de professores e alunos adultos que convivem no período noturno da escola. Cinco profissionais buscam manter os estudantes interessados na educação, apesar de enfrentarem as dificuldades do dia-a-dia de um colégio público, como a falta de estrutura.
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“Professoras vêm falar comigo, alunos dizem que estamos mostrando a realidade exatamente como ela é. É emocionante ver as pessoas se sentindo representadas. Fiquei tocada já com o assunto, sobretudo neste momento do país. Educação de qualidade para todos é algo que estamos sempre devendo. O afeto e comprometimento das professoras, o esforço dos alunos para aprender depois de uma jornada pesada de trabalho, também mexeram comigo. Quem frequenta essas escolas é a população menos favorecida. Gravamos numa ocupação onde se vive em condições sub-humanas, barracos feitos de papelão e lata, esgoto a céu aberto, onde crianças brincam. A gente não olha para essas pessoas. Nós vivemos numa bolha”, confessou.
Na visão de Débora, o brasileiro tem achado normal ver tanta desigualdade e violência do país. “Não é à toa que a América Latina está fervendo, não dá mais para as pessoas viverem nesse estado. A população pobre e preta, os índios e os ativistas sendo assassinados, helicóptero atirando em escolas nas favelas. Não é matando pobre que vamos acabar com a pobreza. Parte da população está cega. Estamos vendo o desmonte das políticas públicas e é assustador a elite brasileira apoiar esse tipo de pensamento. Tem gente pedindo a volta da ditadura... Eu me lembro de pais de amigos desaparecendo naquela época. As pessoas não se dão conta de que um dia chega na sua casa, o spray de pimenta vem no seu olho”, lamentou.
Débora Bloch tem vivido um momento importante na carreira, usando a arte para abordar temas atuais e discutir o protagonismo da mulher na sociedade, independente da sua idade.
“Dei essa sorte com a Lucia [de [Segunda chamada]. Protagonizei a novela de Licia Manzo [Sete vidas] com 52 anos. Regina Casé, com 60 e poucos, é protagonista da Manuela Dias [autora de Amor de mãe]. A juventude é linda e a câmera a ama, mas a gente tem que sair só da estética. Não que eu não esteja nem aí. Coisa mala é ter que botar óculos. Mas quando vemos Sonia Braga e Fernanda Montenegro, com suas rugas e histórias na tela, é de uma força! E Maria Bethânia no palco?”, declarou.
Ela ainda apontou que o machismo ainda é muito forte na sociedade brasileira. “Claro que a sociedade é machista, no Brasil especialmente. Minhas amigas na Europa não estão enlouquecidas fazendo botox. Tem algo cruel com a mulher aqui no Brasil, no Rio, então... As mulheres têm que sair dessa!”, concluiu.
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