Flamengo impede Globo de depositar R$ 77 milhões para outros clubes; entenda

O Flamengo entrou na Justiça para impedir a Globo de depositar R$ 77 milhões dos contratos de direitos de transmissão do Brasileirão a oito dos nove times da Série A que integram o bloco da Liga do Futebol Brasileiro (LIBRA).

De acordo com o jornalista Rodrigo Capelo, colunista do Estadão, um dos clubes prejudicados é o São Paulo, que receberia quase R$ 13,3 milhões. O Palmeiras também é um dos que levaram o maior prejuízo, de R$ 12,3 milhões.

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Além desses dois, outros clubes, como Santos, Atlético-MG, Bahia, Red Bull Bragantino e Vitória, também não viram os recursos da Globo serem depositados. O único da LIBRA da série A que não levaria a pior seria o Grêmio, que já havia adiantado receitas que iriam ser pagas apenas nesta quinta-feira (25).

Na Justiça, o Flamengo argumentou que o contrato firmado entre a LIBRA e a Globo não é claro com relação à porcentagem e quantificação dos direitos de TV relacionados à audiência. O questionamento do time rubro-negro se refere a 30% da receita do Campeonato Brasileiro.

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A reclamação do Flamengo em relação à Globo

Na Justiça, o Flamengo alegou que o estatuto da LIBRA não dá todos os detalhes para permitir o repasse da fatia referente à audiência. Isso porque o contrato firmado com a Globo não especifica quanto a emissora paga por cada modalidade de transmissão (aberta, fechada ou pay-per-view).

O estatuto diz que a distribuição deve levar em consideração a "contribuição de tal plataforma às receitas de transmissão e streaming", mas não determina o peso do pay-per-view, o que faz com que o clube carioca exija um complemento, aprovado de forma unânime pelos associados.

Desde que as conversas começaram, em abril, várias propostas foram consideradas. A sugestão do Flamento era atrelar a distribuição à base de assinantes do Premiere, serviço de pay-per-view da Globo. Ou seja, um clube com 20% dos cadastros ficaria com 20% dos recursos destinados à audiência em cada parcela repassada. Porém, a proposta foi recusada.

Se tivesse ido adiante, essa ideia garantiria ao Flamengo R$ 18.831.146 no pagamento previsto para hoje, em vez dos R$ 17.476.722 que efetivamente recebeu. Essa diferença, de R$ 1,35 milhão, seria dada na parcela atual e nas próximas, até o fim do contrato em 2029.

O clube rubro-negro estima ter perdido cerca de R$ 100 milhões por ano com o contrato que foi assinado pela gestão de Rodolfo Landim.