Publicado em 26/09/2024 às 04:05:00
Estamos em 2024, mas um forte clamor popular acontece com a volta de programas dos anos 70 como Chaves e Chapolin ao SBT. Fora do ar há quatro anos, as obras de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014) conseguiram resistir às tecnologias com um humor pastelão e produção considerada mambembe.
A legião de fãs que os seriados conseguiram formar é realmente impressionante. Durante as décadas que o SBT exibiu as produções de forma praticamente ininterrupta, a emissora sentia o barulho que eles conseguiam fazer a cada vez saíam do ar.
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O sucesso no Brasil aconteceu por causa do SBT, mas não dá pra esquecer como essas exibições foram nos últimos anos. Episódios escondidos que só fomos ver no Multishow, mudanças de horários, cortes abruptos e sem nunca ter respeitado a ordem cronológica, ainda que esse último não seja determinante.
Chaves se transformou em patrimônio cultural do Brasil. A inocência e simplicidade que virou fenômeno mundial não era tratado com a devida grandeza. Talvez pelo pouco apelo comercial ou por entender que sua pura e simples exibição angarie uma respeitável audiência no horário que for ou que dia for.
O seriado mexicano agrada todas as faixas etárias e faz também um papel importante - e dificílimo - de executar uma transição entre um produto e outro da grade. Seja de uma novela ao jornal ou de um infantil para um outro programa. Não por acaso, ganhou status de curinga ao longo da história. Serve pra tudo, em qualquer faixa.
Como um programa tão antigo é capaz de fazer isso não é facilmente explicável. Não por acaso há inúmeros estudos acerca do fenômeno Chaves e teses sobre como ele conseguiu atravessar gerações e causar reações tão apaixonadas até os dias de hoje.
Pode ser que há quem diga que seja um absurdo produtos como o Chaves e Chapolin - este último menos popular no Brasil - dar expediente na programação regular da TV. Quem vai dizer isso, como sempre, é o público.
É ele quem aprova ou desaprova. Os números falam por si. Chaves se despediu em 2020 com 6 pontos de audiência - índice que emissora não vê na grade diária - e serviu como uma alavanca importante para o Triturando (agora Fofocalizando), que andava em baixa.
Quatro anos depois, vamos descobrir se passado a "saudade", Chaves ainda ocupa esse lugar de pau pra toda obra e fazendo milagres na multiplicação dos índices do Ibope.
Que o SBT trate a volta do seriado como ele realmente merece.
Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br
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