Polêmica

Votação de “A Fazenda” é colocada sob suspeita com uso de call center e hacker

Vencedor do reality, Rafael Ilha relata que Record identificou invasões no ano passado


Marcos Mion
Divulgação/Record

Com a apresentação de Marcos Mion, a 11ª temporada de "A Fazenda" estreia no dia 17 setembro na Record. Vire e mexe, os resultados das votações da Roça para decidir qual artista deve se eliminado do reality são questionados, com a desconfiança de que alguns participantes contratam serviços de call center, através dos seus agentes,  para se beneficiar no programa que distribui até 2 milhões de reais em premiações.

Com a promessa de não ser identificada, a reportagem conversou com uma assessora que já emplacou seus clientes em "A Fazenda" e, segundo ela, já fez uso de empresas de telemarketing. A profissional afirmou que a contratação do serviço seria comum em realities de confinamento e musicais.  

Especificamente sobre o programa da Record, a assessora detalhou que os valores para contratação de call center variariam em torno de R$ 30 mil a R$ 100 mil. Tudo depende do objetivo que o artista tem para ir ao reality - exposição ou vitória -, e da força do concorrente nas votações da Roça.

Além disso, de acordo com a profissional, existiriam duas formas para cobrar aos artistas pelo serviço. Uma é a porcentagem em cima do prêmio, que vai de um carro zero a R$ 1,5 milhão, ou um cachê com todo serviço incluído.  

Mesmo sendo solicitada, em nenhum momento a assessora enviou à reportagem documentos que comprovem as afirmações. Ela alegou motivos de segurança e confidencialidade.

Questionada se os auditores das atrações são capazes de detectar essa forma de burlar o sistema, ela explica que isso seria muito difícil, por enquanto, porque as empresas ainda usam pessoas reais para o serviço.

Rafael Ilha diz acreditar no sistema da Record

Votação de “A Fazenda” é colocada sob suspeita com uso de call center e hacker

Em conversa com o NaTelinha, o atual campeão de "A Fazenda", Rafael Ilha, afirmou que a décima temporada do reality, exibida em 2018, foi o ano em que a Record mais investiu em segurança digital.

"Tanto que teve duas interferências nas votações desta 'A Fazenda' que foi exatamente isso. Nas outra edições, não só em 'A Fazenda' mas em outros realities, alguns produtores, poucos, que levam o pessoal para 'A Fazenda', que às vezes já pega na entrada do gol, investiam muito em call center. Gastavam muito dinheiro. Inclusive com hacker. Então, foi detectado a tentativa por duas vezes a entrada de hacker no sistema da Record. E aí foi bloqueada a votação", revela Rafael.

O ex-Fazendeiro conta que antes de participar do programa, tinha dúvidas sobre a eficiência do sistema, mas que agora mudou de opinião sobre os resultados das votações.

"Eu não acreditava muito não, mas a partir desta comecei a acreditar. Não porque eu ganhei, sinceramente, mas por tudo. Teve uma produtora de dois ou três ganhadores de 'A Fazenda', que não vou citar o nome, ela não conseguiu. Ela só age assim: call center e hacker. Ela leva 30% do prêmio se o cara ganhar, se o cara não ganhar ela se f...", dispara Ilha.

E completa: "Ela se ferrou porque ela mesmo sabendo, desse investimento em segurança digital por parte da Record, ela duvidou. Quando ela viu que o call center não dava. ela tentou hacker. Só que o hacker custa de 30 a 50 mil reais. E quebrou a cara de novo".

Na última terça-feira (20), a reportagem fez os seguintes questionamentos para a Record: "A emissora considera ilegal que alguns agentes de participantes utilizem call center nas votações?"; "O que a Record faz para coibir esse tipo de situação?"; "Qual o grau de segurança nas votações de 'A Fazenda'?"; "A Record pretende penalizar participantes que, porventura, utilize este recurso?".

 A Record não respondeu aos nossos contatos.

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