Jornalista faz desabafo após demissão de Daniela Lima: "Direita cretina"
Eduardo Castro, dispensado pela Band no final do ano passado, expressou sua solidariedade à Daniela Lima; jornalista disse que eles sabem os motivos de suas demissões
Publicado em 05/08/2025 às 17:31
Jornalista demitido pela Band no final do ano passado, Eduardo Castro usou suas redes sociais para se solidarizar com Daniela Lima, dispensada pela GloboNews nesta segunda (4) e aproveitou para fazer um desabafo acerca das duas situações.
"Minha solidariedade irrestrita. Fui demitido da Band dez dias antes do Natal, sob alegação de "reformulação" - que me impediu até de encerrar o mês e fazer plantão de fim de ano. Meu substituto começou só em janeiro", escreveu o profissional.
"Nunca saberei se foi pelas minhas críticas à política assassina de Tarcísio/Derrite, à direita cretina e ignorante do país ou às privatizações vagabundas - ou por reformulação. Mas eu sei. Daniela Lima sabe. De novo, minha absoluta solidariedade a ela", concluiu, citando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário de segurança de segurança pública do Estado, Guilherme Derrite.
Demissão
A surpreendente demissão de Eduardo Castro ocorreu em 13 de dezembro do ano passado. Era sua segunda passagem pelo Grupo Bandeirantes, onde ficou por quatro anos e era apresentador da BandNews na TV paga e da Rádio Bandeirantes, além de fazer participações eventuais no Jornal da Band. Antes disso, foi repórter em São Paulo e Brasília entre 1995 e 2007, totalizando 18 anos de casa.
De acordo com a Folha de S.Paulo, corroborando as palavras escritas pelo próprio Castro, "a justificativa foi uma reestruturação que a Band está fazendo nos próximos dias em sua área de jornalismo". Também foi informado que, no mesmo dia, um produtor também foi desligado.
Além da Band, Eduardo Castro fez parte do grupo executivo que criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no segundo mandato de Luis Inácio Lula da Silva, foi gerente-executivo de jornalismo da TV Brasil, das rádios Nacional e MEC, da Agência Brasil e do Portal EBC. Também foi correspondente na África em 2010, consultor da TV Miramar, emissora da Record em Moçambique, e diretor geral da EBC entre 2012 e 2015. Também foi diretor-presidente da Acerp (Associação de Comunicação Roquette Pinto) e coordenador-geral do CTAv (Centro Técnico Audiovisual, do Ministério da Cultura.
Atualmente, ele atua na TVT, da CUT (Central Única dos Trabalhadores), e no canal Nosso Futebol.
Daniela Lima
Daniela Lima foi surpreendentemente demitida pela GloboNews nesta segunda, após passar dois anos no canal. Ela foi contratada em junho de 2023 para ser uma das estrelas da emissora, após se destacar na CNN Brasil.
Internamente, de acordo com o site TV Pop, especula-se que a jornalista teria sido dispensada por conta de um comportamento inadequado diante dos princípios editoriais impostos pela emissora aos seus colaboradores. Um dos trechos do código de conduta da Globo deixa bem claro que os profissionais não podem demonstrar ter uma relação de amizade com suas fontes, o que a apresentadora fazia questão de escancarar ao vivo, como no caso de ministros do Supremo Tribunal Federal e outros políticos.
Já o colunista Gabriel Vaquer, da Folha de S.Paulo, informou nesta terça (5) que a demissão de Daniela seria o começo de um movimento que a Globo vai fazer a partir de uma pesquisa de opinião promovida pelo instituto Quaest, cujos resultados revelaram que os telespectadores consideram a emissora um "canal de esquerda".
Oficialmente, a Globo informou que a saída dela faz parte do movimento permanente de renovação do quadro do canal, enquanto a jornalista postou, em suas redes sociais, que sai de cabeça erguida, com a sensação de missão cumprida e ávida pelos próximos desafios.
