Marina Lima se emociona ao falar da morte do irmão: "Não traiu as convicções dele"
A cantora participou do Conversa com Bial e comentou a decisão de Antonio Cícero envolvendo a própria partida
Publicado em 15/07/2025 às 15:59,
atualizado em 15/07/2025 às 16:05
Marina Lima não escondeu a emoção ao falar da perda do irmão, o poeta Antonio Cícero, que faleceu em outubro do ano passado, aos 79 anos, após optar pela morte assistida na Suíça - o procedimento é legalizado no país, diferente do Brasil.
"A morte dele faz parte da obra dele. Isso é incrível, tenho um orgulho danado disso. Porque o Cícero não deixou barato em nenhum momento, não traiu as convicções dele em nenhum momento. É um orgulho danado. Faz todo mundo pensar de novo sobre isso... Sobre eutanásia, sobre permissão. Por que tem que ir para o exterior fazer isso? Como várias coisas no Brasil, devia ser permitido no Brasil também", comentou a cantora em entrevista ao Conversa com Bial.
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Segundo Marina Lima, Cícero optou por fazer segredo sobre a decisão até o último momento - ele tinha sido diagnosticado com Alzheimer. "Ele não conversou com ninguém sobre isso, porque acho que ele tinha medo que alguém interferisse. Jamais iria interferir, porque conheço ele desde que nasci. Sei como ele é, sei como ele era racional e decidido em relação a tudo. Ele conversou com o Marcelo, marido dele de mais de 40 anos", revelou.
Sem supor o que estava por vir, a artista começou a estranhar uma presença mais frequente do irmão em seus shows. "Não percebi, porque ele começou a aparecer em todos os shows. Os shows que estava fazendo naquele período, que foi o lançamento do Rota 69, ele assistiu a uns quatro. Estava tão feliz, em todo show o homenageava. Falava dele e ele era ovacionado. Não percebi que ele iria fazer isso", confidenciou.
Foi só na véspera de sua morte que Antonio Cícero comunicou Marina Lima da decisão. "Ele me ligou na véspera, na noite anterior. Tinha estado com ele uma semana antes, na casa dele. E ele falou: 'Estou na Suíça'. Quando ele falou 'estou na Suíça', já entendi. Porque, na realidade, o Cícero sempre foi ateu, nunca acreditou em nada. Mas viveu a vida até a última gota. Ele adorava a vida. Era um aventureiro, poeta e filósofo. Adorava o que ele fazia, o ofício. E dono de uma inteligência impressionante", relatou.
"Na hora que ele soube que foi diagnosticado com Alzheimer, ele ficou grilado. A nossa família, era todo mundo alegre. Uma coisa da família, do pai, da mãe... A gente ria muito, muito encontro semanal, muita risada, muita brincadeira. E eu comecei a perceber o Cícero chateado com o diagnóstico. Ele não estava acostumado a se sentir completamente dono da vida e da cabeça dele", refletiu a cantora.
Marina Lima fala sobre a chegada dos 70 anos

No papo com Pedro Bial, Marina Lima também falou sobre a chegada dos seus 70 anos - ela faz aniversário em 17 de setembro. A cantora está preparando um novo álbum para comemorar a data.
"Uma loucura isso, nunca imaginei! Vai aprofundando tudo. Fica tudo mais profundo, tudo mais fácil de entender com os perrengues. Amadurecer e você vai aprendendo. E o que pode vir ainda, estou curiosa. Tendo saúde, eu acho que é um bom negócio", disse.
Por fim, Marina comentou que a presença de Cícero se mantém viva no novo projeto - eles são parceiros de várias composições, como À Francesa e Fullgás. "A morte do Cícero para mim, que era muito ligada a ele, é de um potência. Ele está presente no disco, sim", adiantou.
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