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Com audiência menor, "Jornal da Record" vale quatro vezes mais que o "Cidade Alerta"


"Jornal da Record" vale quatro vezes mais que o "Cidade Alerta"
Divulgação

Quem acompanha a audiência diariamente liberada pela Kantar Ibope, empresa responsável por medir o número de pessoas que assiste aos programas de TV no Brasil, sabe que o “Cidade Alerta” costuma ser a principal audiência da Record TV. Mesmo assim, o programa passa longe de liderar em publicidade.

O NaTelinha teve acesso ao documento do Departamento Comercial da emissora que indica que o “Jornal da Record” possui valores de inserção publicitária quatro vezes superior ao do jornalístico comandado por Luiz Bacci.

Para se ter uma ideia, quem quiser anunciar por 30 segundos no “Cidade Alerta” deve desembolsar R$ 130.700. Já as inserções do principal telejornal da emissora custam R$ 576 mil. A diferença é grande, principalmente ao se olhar para os dados de audiência.

O “Cidade Alerta” costumar marcar quase todos os dias números na casa dos dois dígitos, girando entre 10 e 11 pontos. Enquanto isso, o "Jornal da Record" raramente chega aos 9.

A reportagem conversou com uma fonte que trabalha no Departamento Comercial de uma emissora concorrente e ela aceitou explicar essa dissonância, desde que fosse sob a condição do anonimato a fim de não parecer palpitar em planos comerciais de concorrentes.

Segundo esse funcionário, os dados são fáceis de se explicar. “O público enxerga tão somente os números do Ibope, mas a emissora e o mercado publicitário precisam ir além”. Ele descreveu uma planilha que mostra o que realmente vale para a composição de valores publicitários: as chamadas targets.

“As targets são as leituras mais específicas de audiência. Elas mostram o comportamento do público. Por exemplo, se mais mulheres ou homens assistem determinado programa, a faixa etária e até a classe social”, contou.

A fonte do NaTelinha explicou ainda com exclusividade que a disparidade entre os valores do “Cidade Alerta” e do “Jornal da Record” provavelmente se dá porque o segundo atinge um público mais importante na target.

A reportagem apurou que o público do “Jornal da Record” é mais elitista que o do policialesco, mais visto pela classe C.

Vale ressaltar ainda que os números a que o NaTelinha teve acesso são crus, ou seja, valores oferecidos a priori e sem negociações. Fontes de todas as emissoras confirmaram que esses dados costumam ser negociados para números bem inferiores ao de tabela.

A Record TV não disponibiza para o público as targets de seus programas.

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