Túnel Santos-Guarujá: benefícios da obra para os santistas e turistas

Foi anunciada nesta sexta-feira (2), pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a cooperação técnica para a execução das obras do túnel Santos-Guarujá, durante o evento comemorativo ao aniversário de 132 anos do Porto de Santos.

O ato contou também com a presença de autoridades como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB); o prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos); o prefeito de Guarujá, Valter Suman (PSDB), e outros ministros de governo.

O túnel que interliga as cidades é um sonho de mais de 100 anos dos moradores da região e, agora, a expectativa é que o projeto finalmente saia do papel. A obra está orçada em R$ 6 bilhões e deve ficar pronta até 2028.

Um túnel é uma obra que serve para conectar, diminuir distâncias, mas principalmente para unir pessoas

Rogério Santos

Com o túnel, ao menos nove municípios da Baixada Santista devem sentir os reflexos, impactando diretamente a vida de milhões de pessoas. Um dos principais objetivos da obra é aprimorar a circulação de pedestres, cargas e veículos que se deslocam entre as duas cidades costeiras.

Atualmente, os motoristas que precisam fazer o trajeto de Santos ao Guarujá contam com duas opções: percorrer cerca de 43 km na rodovia estadual SP-055, com duração média de uma hora, ou atravessar de balsa, meio de transporte mais caro e também demorado, cujo tempo médio de espera varia de 20 a 60 minutos, dependendo do fluxo do Porto. Todos os dias, 80 mil pessoas cruzam o canal entre Santos e Guarujá.

O túnel prometido terá 860 metros, com trajeto de apenas 1,7 km, podendo ser percorrido em cerca de dois minutos. Além disso, ficará há cerca de 20 metros abaixo do nível do mar, com espaço também para trânsito de ciclistas, VLT e pedestres.

Nós trabalhamos muito colocando o Presidente da República e o Governador do Estado de São Paulo no mesmo palco celebrando esse acordo

Paulo Alexandre Barbosa

Deixando de lado as divergências políticas em prol da população

De acordo com o presidente Lula, a construção do túnel é trabalhosa, mas a realização envolverá parcerias privadas, aproveitando o projeto elaborado pelo estado de São Paulo.

“Nós vamos fazer uma parceria para fazer conjuntamente esse nosso querido Eurotúnel, que é muito pequeno, mas é muito importante", declarou, fazendo alusão ao túnel que conecta a França à Inglaterra.

Durante o evento, o governador de São Paulo também falou sobre a importância do projeto para os moradores da Baixada Santista.

"Talvez eu seja um privilegiado por participar desse momento emblemático, de estar celebrando a parceria com o governo federal para entregar para a Baixada Santista algo que era desejado, e os primeiros registros são de 100 anos atrás, o túnel Santos-Guarujá. Nós vamos tornar esse sonho uma realidade", disse Tarcísio.

Em seu discurso, o prefeito Rogério Santos exaltou a parceria entre os dois entes federativos para a execução e conclusão da obra.

“Um túnel é uma obra que serve para conectar, diminuir distâncias, mas principalmente para unir pessoas. E a travessia seca Santos-Guarujá, antes da primeira pedra fundamental, ela já cumpre com esse papel, porque está unindo o governo Federal e o governo do Estado, Santos e Guarujá, no único objetivo: viabilizar e iniciar um sonho de mais de 100 anos. É um acordo simbólico e efetivo; sem os dois juntos seria impossível fazer esse túnel; há também a parte dos municípios e nós estamos conversando. Esta é uma união de esforços republicana para uma construção histórica. Ninguém faz nada sozinho. A expectativa é muito grande para que essa e outras obras também saiam do papel.”

Em entrevista ao SBT, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa também destacou o empenho para unir os governos Estadual e Federal para a realização das obras.

“Finalmente chegamos em um acordo para a construção do túnel. Uma obra aguardada há 100 anos e finalmente vai sair do papel. Até hoje não saiu muito por causa das disputas políticas, entre o governo Federal e do Estado. Nós trabalhamos muito colocando o Presidente da República e o Governador do Estado de São Paulo no mesmo palco celebrando esse acordo.”