"Vamos cuidar da vida"

Como fim de novela na Globo mexeu até com poeta Carlos Drummond de Andrade

Último capítulo de O Astro mobilizou o país há 45 anos


Francisco Cuoco, Janete Clair, Dina Sfat, Tony Ramos e Carlos Drummond de Andrade: sucesso de O Astro envolveu até poeta
À esquerda, Francisco Cuoco, Janete Clair, Dina Sfat e Tony Ramos nos bastidores de O Astro; à esquerda, o poeta Carlos Drummond de Andrade - Foto: Reprodução

Há 45 anos, em 8 de julho de 1978, ia ao ar o último capítulo da novela O Astro, um dos grandes sucessos da autora Janete Clair (1925-1983). De tanta audiência, o folhetim mexeu até com o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que na ocasião deu à novelista o famoso apelido de “usineira dos sonhos”.

Três dias após o fim de O Astro, que mobilizou o país em sua reta final, Carlos Drummond de Andrade escreveu em sua coluna no Jornal do Brasil: “Agora que O Astro acabou vamos cuidar da vida, que o Brasil está lá fora esperando”. Na época, não diferente de hoje, as novelas da TV eram mal vistas por intelectuais.

A repercussão do desfecho estava na revelação do grande mistério “quem matou Salomão Hayalla?”, papel de Dionísio Azevedo. No fim, descobre-se que o milionário havia sido assassinado por Felipe (Edwin Luisi), que era amante de Clô (Tereza Rachel), esposa do falecido, e vinha sendo ameaçado por ele.

+ 5 atrizes foram cotadas para viver Ruth e Raquel em Mulheres de Areia

Como fim de novela na Globo mexeu até com poeta Carlos Drummond de Andrade

A trama, contudo, girava em torno de outro personagem: o ilusionista Herculano Quintanilha (Francisco Cuoco), que ascende socialmente e se apaixona pela rica Amanda (Dina Sfat). Ao final, ele foge para um país da América Latina, servindo ao ditador local como guru e conselheiro, segundo o site Teledramaturgia.

Contudo, aquela sugestão de Drummond, de “cuidar da vida”, acabou não sendo acatada pelo Brasil. Isso porque, após O Astro, entrou no ar Dancin’ Days (1978), outro grande sucesso da história da Globo que virou febre no país. A trama também tinha argumento de Janete Clair, desenvolvido por Gilberto Braga (1945-2021).

A história ganhou um remake na Globo às 23h, em 2011, assinado por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro. O papel principal coube a Rodrigo Lombardi, que fez par com Carolina Ferraz. Dessa vez, Salomão Hayalla (Daniel Filho) foi morto por Clô (Regina Duarte), sua esposa, que não suportava viver sob os desmandos do marido.

+ Irene prostituta? Como era a novela que deu origem à foto de Terra e Paixão

Acompanhe a TV NaTelinha no YouTube

Resumos de novelas, entrevistas exclusivas, bastidores da televisão, famosos, opiniões, lives e muito mais!

Inscreva-se
Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado