Entrevista

Juan Alba diz que o assédio mudou depois dos cabelos brancos

Galã da Record fala sobre carreira, confinamento, a relação com as filhas e a música


Juan Alba
Juan Alba interpreta o vilão Ramiro em Amor Sem Igual - Foto: Angelo Portello

Vilão em Amor Sem Igual, Juan Alba completou 55 anos no último dia 6 abril. Em conversa exclusiva com o NaTelinha, o intérprete do Ramiro na novela da Record disse que a idade lhe trouxe sabedoria e paciência.

"Um dos benefícios da maturidade é você refletir melhor, não agir no calor da emoção. Saber se recolher nos momentos de maiores incertezas e agitações emocionais", reflete.

Já com os cabelos brancos ele garante que as cantadas continuam, mas o assédio mudou. Para ele, tudo não passa do reconhecimento pelo seu trabalho e, por isso, encara com bom humor e muito carinho.

"O assédio aumenta quando você está fazendo algum trabalho que tem um alcance maior do grande público, independente dos cabelos brancos [riso]", brinca. “Às vezes, você recebe uma cantada e o humor é uma carta muito importante para qualquer situação que possa vir a te deixar constrangido”, sugere.

Juan Alba diz que o assédio mudou depois dos cabelos brancos

Na trama, Juan teve uma filha fora do casamento e Poderosa (Day Mesquita) foi criada sem saber quem é seu pai biológico. Ao descobrir que precisa de um transplante de rim, o vilão sai em busca da moça para salvar a sua vida.

Fora das telas, o ator tem duas filhas, Vitória, de 27 anos, e Valentina, de 25 anos. Na sua visão, ele tem sido um pai bem diferente do personagem com problemas de relacionamento com os filhos.

"Eu sempre procuro estar em sintonia com as minhas filhas, ouvir o que elas têm a dizer e tentar orientar da melhor forma possível. Nem sempre o que você fala como pai é compreendido, mas eu acho que passado todo esse tempo o saldo tem sido extremamente positivo", avalia.

"A nossa relação foi construída sempre com muito carinho e amor. Muita confiança na solução dos problemas e nas comemorações das conquistas. E eu me sinto realizado nesse meu papel de pai, pela relação que eu construí com elas e pelo feedback que eu tenho delas também", comemora.

Antes de se tornar ator, Juan ingressou na carreira de modelo. Morando fora do Brasil, foi por causa dos comerciais para a TV que ele passou a estudar interpretação e aprender novas línguas.

A estreia na televisão brasileira aconteceu em 1997 como repórter do programa Brasil Verdade, exibido pela Band e com direção de Wilton Cunha. "Neste momento eu passei a me dedicar mais aos cursos de interpretação", revela.

Comemorando 20 anos como ator, seu primeiro papel foi o Josué Medeiros de Terra Nostra, novela da Rede Globo escrita por Benedito Ruy Barbosa e com direção de Jayme Monjardim, Juan não nega que tenha sofrido qualquer tipo de preconceito por ter vindo do mundo da moda.

Juan Alba diz que o assédio mudou depois dos cabelos brancos

Porém, avaliando a sua história até aqui, ele garante que nunca deixou que isso afetasse sua vida de forma negativa. "O preconceito está no consciente de alguns e no inconsciente de outros, infelizmente", lamenta.

"Todos os frutos que eu colho até hoje, minhas amizades, meu conhecimento, os idiomas que eu falo, eu devo à minha carreira como modelo. Sempre foi um motivo de muito orgulho, que me impulsionou e me impulsiona até hoje em tudo o que eu faço", ressalta.

"Temos que otimizar nossa cabeça com coisas que nos alimentem de esperança", diz

Estando o mundo em colapso por causa da pandemia do Coronavírus, Juan enxerga a crise como um momento difícil, porém especial. Para ele, o importante é ocupar a cabeça com coisas positivas.

Para manter a forma, o galã segue uma rotina diária de exercícios somada à boa alimentação. Já o equilíbrio emocional ele aposta na leitura e nas amizades.

"É fundamental manter amizades saudáveis e se informar sobre coisas que possam te trazer benefícios", aconselha.

Quando o Covid-19 chegou ao Brasil há cerca de um mês o ator já havia parado de gravar. No início, ele procurou se informar mais sobre a doença através dos noticiários.

Hoje, o vilão de Amor Sem Igual se sente com mais autonomia para administrar seu dia a dia de forma segura e com responsabilidade, e reafirma a importância de pensar no agora sem se esquecer do coletivo.

"Temos que otimizar o nosso dia, a nossa cabeça, com cosias que nos alimentem de esperança, de uma forma diferente do que a gente via fazendo antes, até então", dá o alerta.

"É fundamental não pensar muito lá na frente, o que irá acontecer lá na frente. Vamos pensar um dia após o outro, e que assim a gente vai construindo o que pode acontecer em um futuro próximo", complementa.

Um dos amores de Juan Alba é a música, a quem credita como sendo também uma das primeiras manifestações artísitcas em sua vida. "Eu canto desde muito novinho, mas nunca atentei para que isso se tornasse um meio de vida", confessa.

Juan Alba diz que o assédio mudou depois dos cabelos brancos

Apaixonado pelo Soul, o Jazz e o Pop nacional e internacional, entre outros gêneros, o galã aponta a Black Music como seu estilo favorito. Já a lista é grande quando pensa em intérpretes e vai desde Vinícius de Moraes e Tom Jobim, até Gilberto Gil e Carlinhos Brown, todos poetas na visão da celebridade.

"Não posso deixar de citar Roberto Carlos que foi uma grande infuência na minha vida, assim como Elvis Presley, Steeve Wonder e Al Green, além de Michael Bublee, um dos caras da atualidade que eu mais admiro pela pluralidade, por ser eclético, que canta de tudo um pouco", analisa.

Questionado sobre interpretar um astro da música no cinema ou no teatro, Juan confessa sua dificuldade em apontar alguém por ter vários ídolos. Para o ator não basta gostar, é preciso também ter o perfil parecido com o da personagem.

Para finalizar, o ator afirma seu gosto pelas cinebiografias e elogia produções recentes como "Bohemian Rhapsody" (2018), sobre o líder da banda Queen Freddie Mercury, e "Rocketman" (2019), que conta a vida e obra do cantor Elton Jonh.

"Existem vários que são muito interessantes e sempre refletiram muito intensamente a vida destas pessoas maravilhosas. Um que eu me lembrei aqui é "Ray" (2004), sobre o Ray Charles. Amei esse filme! Uma figura maravilhosa, icônica da música mundial", encerra a conversa.

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