Julia Dalavia diz que se inspirou em "feminista árabe" para estrelar "Órfãos da Terra"
Nova novela da Globo estreia nesta terça-feira (02) abordando os refugiados pelo mundo
Publicado em 01/04/2019 às 14:00
Nesta terça-feira (02), a Globo estreia sua nova novela das 18h, "Órfãos da Terra". Escrita por Thelma Guedes e Duca Rachid, a trama é estrelada por Julia Dalavia e Renato Góes.
Aos 21 anos, Julia Dalavia terá a responsabilidade de personificar a história de pessoas refugiadas - seja por guerras, fugindo de perseguição política e religiosa ou ainda deslocados por razões econômicas ou acidentes naturais.
Fugindo da Síria, Laila (Julia Dalavia) e Jamil (Renato Góes) desembarcam no Brasil para tentar viver o amor que os uniu ainda no Oriente Médio. Não será fácil.
Em entrevista ao NaTelinha durante lançamento da novela, Dalavia falou sobre o processo de criação da personagem e disse estar adorando trabalhar num ritmo mais pesado. "A gente passa por tanta coisa nesse processo de criação, nossa cabeça tá em outro lugar, se vou ser protagonista ou não. Tá legal trabalhando nesse ritmo mais pesado", disse.
Julia revelou que sua inspiração foi uma refugiada árabe que hoje já é praticamente uma carioca: "Me inspirei em uma menina que conheci na preparação, chamada Tulim, uma refugiada árabe, tem 25 anos. Veio pra cá aos 3 anos e ela é completamente moderna e hoje em dia quase um brasileira carioca".
"Foi um processo longo, estudando a cultura árabe, a língua. Tendo aula de culinária, dança e entrar... Uma imersão nesse universo", classificou sobre sua preparação.
A atriz também fala sobre as situações vividas pelos refugidos e conta se já passou por situação semelhante a de Laila, que enfrentará situações delicadas em busca do grande amor.
Confira:
Você se inspirou em alguém?
Julia Dalavia - Me inspirei em uma menina que conheci na preparação, chamada Tulim, uma refugiada árabe, tem 25 anos. Veio pra cá aos 3 anos e ela é completamente moderna e hoje em dia quase um brasileira carioca. Faz Gastronomia na UFRJ se não me engano. Ela questionava os valores do país dela, a questão do feminismo, ela me inspirou. Deu essa realidade para a Laila. Tem mulheres feministas e fortes no mundo árabe.
É o primeiro papel que você será mãe. Como é ser mãe mesmo na ficção?
Julia Dalavia - É estranho. É legal também, uma hora ia acontecer. Eu engravidei em outros trabalhos e dessa vez vou ter o filho. Faz parte.
Você sente algum peso em relação a isso, a ser protagonista?
Julia Dalavia - Tento não pensar nisso. Foco na parte boa.
Teve alguma situação que te marcou em relação a personagem?
Julia Dalavia - Todas são muito delicadas, até na hora de compartilhar. As pessoas com quem conversei são fechadas pra isso. Conversei com uma mãe que perdeu os filhos no mar. Ela disse essa frase e parou. Vi ali um mundo se contando no silêncio. É uma coisa que não dá pra explicar. É só isso. Não passei por isso, mas imagino como deve ser triste.
Como foi o processo?
Julia Dalavia - Foi um processo longo, estudando a cultura árabe, a língua. Tendo aula de culinária, dança e entrar... Uma imersão nesse universo. É muito diferente, um alfabeto diferente, postura diferente, então a gente foi absorvendo isso aos poucos.
O que é mais interessante dessa outra cultura?
Julia Dalavia - Gosto muito da comida. Tem muita coisa interessante, mas a comida...
Alguma coisa no trato, o lidar com outro?
Julia Dalavia - Tem uma pureza... Que eles trazem, que é uma coisa que vem com timidez, certo jeito, afastamento, distanciamento. Isso traz uma pureza, inocência, de todas as pessoas que conversei.
E esse amor que ela vai viver?
Julia Dalavia - Eles se encontram no campo de refugiados e são impedidos de se conhecer pela mãe. Nesse meio tempo o sheik pede a mãe dela. Ela passa por mil desventuras, desencontros e se encontram vindo pro Brasil, no navio e o romance desenrola. E aí vocês vão ter que assistir.
Você já passou por uma situação parecida, lutar contra tudo e todos pra viver um grande amor?
Julia Dalavia - Não... Minha vida é bem mais fácil que a da Laila, bem mais tranquila.
Não tá vivendo um grande amor?
Julia Dalavia - Não. Infelizmente não tô vivendo.
Não existe quem acredite num só grande amor?
Julia Dalavia - Um só é muito pouco. Cada história tem sua importância.
Já viveu um grande amor?
Julia Dalavia - Já vivi. Já falei. Eu juro.
Você acredita em amor à primeira vista?
Julia Dalavia - Acho muito bonito, mas não confio muito nisso. Existem muitas coisas À primeira vez. Mas amor é uma coisa que se constrói no dia a dia. Os dois tem que ter vontade. É uma coisa mais sólida.