Quatro armas na cara

Bandido na ficção, Emílio Dantas revela que já foi vítima de violência

Ator é otimista quanto ao futuro do Rio de Janeiro: "Nem tudo está perdido"


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Divulgação/TV Globo

No ar como o bandido Rubinho de "A Força do Querer", novela das nove da Gobo, Emílio Dantas já passou por maus bocados na vida real.

Aos 34 anos, ele contou ao jornal Extra que a trama aproxima ainda mais as realidades vividas pelos cidadãos. "Rubinho é tijucano, e eu passei boa parte minha vida entre Tijuca, Vila Isabel e Grajaú. Tive amigos dali que acabaram enveredando para o mundo do tráfico".

"Quem mora na Tijuca sabe como é: muito crime rondando. Vira e mexe eu via um corpo jogado na rua", relembra ele.

Emílio relembra: "Quando tinha 15 anos, fui espancado por 15 pivetes do Morro do Salgueiro, por querer defender meu irmão de uma briga covarde. Mais recentemente, fui assaltado do lado da minha casa. Colocaram quatro armas na minha cabeça para levar o meu carro, eu nunca entendi o porquê de tanta arma assim! Ainda perdi um saxofone, que estava no porta-malas, e uma prancha".

O ator conta que tnetou manter a calma para que não tivesse sido vítima de uma violência maior no ato, mas depois, ele garante que não se revoltou com o crime: "Pensei, 'é o Rio de Janeiro, que triste...'. E ainda me culpei: 'Pô, dei mole, como é que fui sair de casa com tudo isso àquela hora da noite?'. Infelizmente a violência virou uma questão cultural".

Procurando sempre ver o lado bom, Emílio declara: "O Rio sempre teve o seu lado violento, e a violência existe em todo canto, não é uma exclusividade daqui. Ainda prefiro pegar trânsito admirando a natureza a me ver cercado de prédios e concreto. Todos os meus amigos estão aqui, minha família, meu trabalho. Esta cidade tinha potencial para ser algo muito incrível. A Barra era pra ser como Las Vegas, o Catete e a Glória são quase Paris, pela arquitetura. Aqui a gente tem de tudo: praia, montanha... Tanta coisa bacana!".

Relembrando sua infância, o ator é otimista: "Ainda acredito que pode melhorar. Quero que meus filhos, um dia, possam andar por onde eu andei, brincar nas ruas de boa, como eu fiz. Isso não foi tão distante, foi só há 20 anos. Não está tudo acabado. É muito cedo pra gente desistir desta cidade".

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