Traumas

Alice Wegmann desabafa sobre abuso sexual e transtorno alimentar: "Dor que nunca vai curar"

"Quando, finalmente, consegui compartilhar, entendi que não estava sozinha, que não era a única", comentou a atriz em entrevista


Alice Wegmann como Solange em Vale Tudo
Alice Wegmann está no ar como Solange na novela Vale Tudo, que vai ao ar às 21h - Foto: Reprodução/Globo

Alice Wegmann abriu o jogo, em entrevista divulgada nesta quinta-feira (19), sobre temas como violência sexual e transtornos alimentar. No ar como Solange no remake de Vale Tudo, que a Globo exibe às 21h, a atriz de 29 anos revelou já ter sofrido algum tipo de abuso ao longo da vida, sem entrar em detalhes.

“É difícil quando a gente se dá conta disso. Eu demorei. A vida inteira tive dificuldade de falar. Quando, finalmente, consegui compartilhar, entendi que não estava sozinha, que não era a única. E isso alivia”, comentou Alice Wegmann em entrevista ao jornal O Globo.

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Com a personagem Carolina, na série Justiça 2, ela encarou o trauma. A atriz também apontou: “É uma dor que você nunca vai curar, mas vai aprender a lidar com ela, vai olhar para isso com outra perspectiva. Antes, eu sentia muita culpa”.

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Ela teve transtorno alimentar durante 10 anos. “Não dá para dizer que me livrei, é que nem alcoolismo: é dependência química mesmo, que pode te acompanhar a vida inteira, fica no inconsciente. Há mais de três anos, não tenho. Mas o abuso me acarretou coisas físicas no meu corpo. Comia para criar essa camada de proteção.”

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“Eu estava muito em evidência, o Brasil inteiro via uma adolescente de 15 anos e opinava. "Tá gorda", "tá magra". Tudo isso interfere na nossa forma de se olhar.”

Alice Wegmann

As vivências interferiram em sua vida sexual. “Fui redescobrir meus prazeres depois de longo tempo. Muitas vezes, você liga o sexo à culpa. Não se permite viver o prazer por conta disso. O que eu faço de roubarem o seu desejo, seu poder com o próprio corpo é isso, ser dona dele.”

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“Porque alguém te tirou esse poder. É o que acontece com nós mulheres. Todos os dias alguém nos tira esse poder. De a gente escolher o que fazer com o próprio corpo. É num lugar de sentir culpa por sentir prazer”, detalhou.

Ainda sobre o transtorno desenvolvido, ela cravou: “Na alimentação, eu sentia culpa por sentir prazer. Comia mais do que deveria porque meu inconsciente pedia por aquilo. E depois me sentia culpada. Tá tudo interligado”.

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