Cadeirada, fracasso nas eleições e estreia no SBT: O 2024 que virou Datena de cabeça para baixo

José Luiz Datena pode falar qualquer coisa de seu 2024, menos que foi um ano entediante. Nos últimos 12 meses, o apresentador se lançou como candidato à Prefeitura de São Paulo, protagonizou um dos momentos mais memoráveis da campanha ao dar uma cadeirada em Pablo Marçal, deixou a Band e foi contratado pelo SBT.

Em abril, o jornalista deu o primeiro passo para uma nova tentativa em sua trajetória política. Ele se filiou ao PSDB e, na ocasião, deixou em aberto as possibilidades de ser o candidato ou de se lançar como vice na chapa de Tabata Amaral (PSB): "Para a primeira alternativa eu vou, para a segunda eu vou. O futuro a Deus pertence".

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Ainda no primeiro semestre, o nome do veterano chamou a atenção em boletins médicos. Logo no início de maio, ele foi submetido à uma cirurgia para a correção de um problema adquirido em um procedimento feito meses antes e recebeu alta poucos dias depois.

No dia 4 daquele mês, porém, voltou a ser internado após apresentar um sangramento na região do períneo, próximo à parte inferior do abdome. Na época, ele chegou a tranquilizar os fãs: "Em primeiro lugar gostaria de agradecer às mensagens de todos vocês. Eu passei por uma cirurgia para correção de uma cirurgia anterior, que foi realizada seis meses atrás".

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Já em junho, o PSDB oficializou a pré-candidatura de Datena à Prefeitura de SP e ele garantiu que não iria desistir das eleições, como já havia acontecido em pleitos anteriores. "Com todo respeito ao presidente Lula e ao ex-presidente Bolsonaro, São Paulo vai ser governada pelo PSDB. Vai ser governada por mim. Dessa vez não posso meu furtar ao chamado da população de SP", pontuou.

No dia 2 do mês seguinte, a Band já comunicou o afastamento do titular do Brasil Urgente por conta das leis eleitorais, que impede a participação de candidatos na televisão. Na época, a candidatura ainda não tinha sido oficializada, mas o apresentador optou por uma licença não remunerada durante o período de campanha.

A campanha política de Datena

Durante sua campanha, José Luiz Datena se negou diversas vezes a pedir voto e deu mais importância para o carinho que recebeu da população nas ruas. "Não estou pedindo voto para ninguém, não. Vale o seu carinho, o seu carinho é melhor que tudo", alegou ele, apertando a mão de um homem na zona norte de São Paulo.

Na mesma passeata, realizada em agosto, o jornalista admitiu que estava com saudade da televisão e teve que tirar uma dúvida com José Aníbal, candidato a vice-prefeito e presidente municipal do PSDB, quando perguntaram seu número na urna: "É 45, né, Zé?".

Um dos momentos que mais deu o que falar aconteceu em setembro, durante o debate da TV Cultura. O apresentador não resistiu à uma provocação de Pablo Marçal (PRTB), ex-coach que citou uma denúncia de assédio sexual contra o oponente, e o agrediu com uma cadeirada.

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O fracasso de Datena nas urnas

Datena terminou a disputa pela Prefeitura de São Paulo em quinto lugar, com 1,8% dos votos e deixou claro que pretendia encerrar sua carreira política ali. O famoso disse que seu desempenho não foi à altura do partido e cravou: "Derrotas ensinam mais que vitória. Nem sempre popularidade e capacidade de falar dão resultado em política".

"Eu penso em não voltar nunca mais à política e repensar a carreira quando voltar das férias. Vou conversar com a Band e repensar o meu papel. O futuro a gente tem que pensar depois. [...] Pena que não deu, mas foi uma decisão do povo de São Paulo, e eu respeito totalmente a vontade do povo de São Paulo. Eu acho que acima das individualidades está o processo democrático", avaliou ele, que declarou apoio a Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno.

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Datena deixou a Band e migrou para o SBT

Como se não bastassem as movimentações que a política fez em sua vida, Datena deixou a Band após mais de 20 anos na emissora e assinou contrato com o SBT para assumir o Tá na Hora, programa que concorre com seu antigo Brasil Urgente, agora comandado por seu filho, Joel Datena.

Na estreia, o veterano voltou a dizer que trabalhar no SBT era um sonho antigo e fez um discurso enaltecendo Silvio Santos (1930-2024): "Emissora do Silvio Santos, que com certeza foi um profissional que fez televisão para os profissionais de televisão. Então, você chega aqui, você percebe que é um lugar mágico, sabe?".

"Você anda em qualquer ponto aqui do SBT e percebe que tem tudo aquilo do grande comunicador, grande patrão, como chamaram... porque ele era mesmo, era muito mais amigo do que qualquer outra coisa", definiu.

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