Samara Felippo presta depoimento e revela detalhes chocantes sobre racismo contra filha
Adolescente foi vítima de preconceito na escola na qual estuda
Publicado em 30/04/2024 às 17:29
Samara Felippo compareceu à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, no Centro de São Paulo, na manhã desta terça-feira (30). A atriz foi prestar depoimento sobre o caso de racismo contra sua filha de 14 anos e revelou que, até o momento, apenas uma das famílias envolvidas na escola lhe pediu desculpas.
O episódio aconteceu na semana passada, dentro da Vera Cruz, uma escola de alto padrão localizada na Zona Oeste da capital paulista. A menina, que é negra, teve seu caderno rasgado e rasurado com frases racistas escritas por outras estudantes, que foram punidas.
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Na saída da delegacia, Samara Felippo contou ao g1 que a filha quer permanecer na mesma escola e está recebendo apoio de amigos. "Ela está bem, ela quer ficar na escola, está se sentindo acolhida, os amigos estão do lado dela", pontuou a famosa.
De acordo com a atriz, apenas uma das famílias das duas meninas agressoras a procurou: "Eu tive um pedido de desculpas de um lado só. Vão retirar uma das meninas, é o que eu tenho certeza. A outra eu não tenho certeza se vai sair ou não, mas acredito que sim".
"Até porque, ao mesmo momento que minha filha está sendo acolhida por essas colegas, talvez essas meninas voltem para escola agora, do tamanho do que aconteceu e sob a consciência que as crianças estão tendo já, elas vão ser hostilizadas", completou ela.
Samara Felippo disse que o problema é recorrente
Segundo Samara Felippo, o episódio não reflete uma situação isolada. Isso porque sua filha já havia sofrido racismo outras vezes no ambiente escolar. "É reincidente, é recorrente. Desde o ano passado, de um episódio que um carregador some e a acusada é minha filha. Isso tudo são pequenas camadas do racismo que crianças pretas passam todos os dias veladamente", lamentou.
Para a atriz, recentemente o preconceito começou a ficar mais explícito, mas a menina não queria enxergar e tentava minimizar o problema para evitar complicações: "E aí se materializou, porque realmente se materializou em uma escrita na cara dela".
"Eu estou muito assustada com a repercussão disso tudo, e ao mesmo tempo muito feliz. Porque se tivesse uma mãe preta indo denunciar isso na escola, não estaria fazendo esse barulho como está sendo feito. Ela teria que lutar dez vezes mais para ser ouvida", destacou a famosa.
Samara Felippo ainda explicou que, de dez docentes, apenas uma professora é preta. O número de adolescentes pretos na turma também é pequeno: "É questão mesmo de ensinar. Tem crianças na escola que não sabe nem qual é a punição (em caso de crime de racismo). (...) Isso não pode mais acontecer".
"A reflexão que fica é: que tipo de politica de qualidade antirracistas precisam ser aplicadas? Não só a lei que tem que ser aplicada, do ensino afro-brasileiro, mas um corpo docente de professores pretos. Essas coisas precisam ser mudadas. Letrar funcionário, treinar. Programa de bolsas maiores e mais efetivos", defendeu.
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