Thammy volta a falar de denúncia contra Lumena: "Não é sobre cor, é sobre respeito"
"Ela não gostaria que ninguém falasse para ela 'essa negritude de merda'", disse o filho de Gretchen
Publicado em 19/02/2021 às 21:59
Thammy Miranda voltou a falar, nesta sexta-feira (19), sobre a representação que protocolou no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra a psicóloga Lumena Aleluia, por conta de seus comentários ofensivos à atriz Carla Diaz dentro do Big Brother Brasil. “Eu não posso desrespeitar o outro se eu quero ser respeitado. Vou repetir mais uma vez e, se alguém quiser, posso fazer um desenho também. Não é sobre cor, é sobre respeito”, afirmou no Instagram.
Vereador por São Paulo, Thammy abriu em seus stories uma caixa de perguntas para os seguidores enviarem questionamentos. Uma pessoa perguntou: “É sério que vc vai abrir um processo contra a Lumena por "Racismo" ?”. O filho de Gretchen explicou a situação. “Não posso processar ela, porque não foi comigo. A Carla que teria que processar ela. Mas eu mandei um ofício para o Ministério Público, para poder se atentar a isso, para chamar a atenção a isso que ela está fazendo. Não é sobre branco ou preto, é sobre ser humano. Ela não gostaria que ninguém falasse para ela 'essa negritude de merda'. Então acho que ela não deve fazer com os outros”, disse.
“Minha intenção não é ferrar com a vida dela. Muito pelo contrário, minha intenção é para que ela como psicóloga repense nas atitudes dela. Ela com essa atitude está dando o direito das pessoas serem racistas com ela. Porque se ela fala 'essa branquitude de merda', ela dá o direito de outra pessoa falar 'essa negritude de merda'. E isso não pode acontecer. Então, é para ela repensar nas atitudes dela, senão ela dá o direito de outras pessoas serem racistas. E aí não é só com ela, não é? É sobre um todo”, acrescentou.
Em seguida, um usuário disse: “NÃO EXISTE RACISMO REVERSO!!!!!!”. Thammy destacou que foi uma pessoa negra que enviou a mensagem. “E aí eu vou te explicar o meu pensamento. Se você fala para mim 'ô seu branco de merda', você me dá o direito de falar 'seu preto de merda'. E isso não pode acontecer. Vocês concordam comigo, que não é sobre preto ou branco, é sobre ser humano? É para isso que eu estou querendo chamar a atenção. Vocês concordam que se você não respeita, você não é respeitado?”, questionou.
Outra pessoa perguntou se Thammy acreditava em “heterofobia” (preconceito contra heterossexuais). “Eu acredito em desrespeito com o ser humano. Para mim, não interessa se é heterofobia, homofobia, se é racismo, racismo reverso. Para mim, o que existe é desrespeito com o ser humano. E isso não pode acontecer”, respondeu.
Por fim, um internauta questionou se ele “já sofreu racismo por ser branco”. “Nunca sofri racismo por ser branco, mas já sofri muito preconceito por ser trans. E é sobre isso que estou falando. Eu não posso desrespeitar o outro se eu quero ser respeitado. Vou repetir mais uma vez e, se alguém quiser, posso fazer um desenho também. Não é sobre cor, é sobre respeito. Eu quero levantar essa pauta para exatamente isso”, defendeu.
“E o intuito é para defender vocês, negros. Você que me mandou a mensagem, que é negra. Essa pauta é para defender você que é negra. Porque se começa o negro a agredir o branco, o branco vai se sentir no direito de agredir o negro, porque ele está sendo agredido primeiro. Então, é isso que não pode acontecer. É isso que vocês, negros, tem que entender. Não pode a gente aceitar que fique normal agredir o negro”, finalizou.
Thammy denuncia Lumena
A denúncia contra Lumena foi protocolada no dia 17. Na peça, o filho de Gretchen diz que o ato da psicóloga baiana não é “racismo reverso”, mas incita a prática de “atos de convulsão social”. "Excelência, não se trata de cogitar, como também tem sido veiculado, de racismo ‘reverso’, hipótese que nosso Judiciário já afastou, mas, de perigoso incitamento a comportamentos agressivos e humilhantes em relação a pessoas de raça diferente. De incitamento à prática de atos de convulsão social, pois aos racistas tal frase dá munição para se auto-justificarem”, diz trecho do documento.
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