Nathália Timberg completa 90 anos e nem pensa em parar; relembre sua trajetória

Uma das principais atrizes da televisão e do teatro brasileiro completa 90 anos nesta segunda-feira (05). Nathália Timberg, atualmente interpretando a personagem Gladys em “A Dona do Pedaço”, é conhecida por diversos trabalhos de sucesso.

Mesmo com a idade avançada, ela não pensa nem um pouco em se aposentar, buscando novos projetos. “Eu realmente penso que cada dia é um milagre novo. Não sou de fazer espécie de inventários das minhas experiências e sempre me sinto em um novo desafio. Isso faz com que tudo e todas as emoções estejam latentes. Às vezes, a idade pode ser sinônimo de experiência”, disse a atriz ao Gshow.

Por conta da data importante para dramaturgia nacional, o NaTelinha resolveu relembrar os principais trabalhos de Nathalia Timberg na televisão.

Confira abaixo:

“O Direito de Nascer” (1964) - Maria Helena de Juncal

O segundo trabalho da atriz na televisão, mas seu primeiro sucesso. A artista protagonizou a novela da TV Tupi. A sua personagem se tornou popular em diversos cantos do país, menos no Rio de Janeiro. Isto porque a obra já havia sido produzida numa rádio local.

Porém, além de ter se destacado no teatro, Nathalia também chamava atenção nos produtores de televisão por conta do seu carisma na frente das câmeras e facilidade em decorar o texto.

“A Rainha Louca” (1967) - Charlotte

Trama escrita por Glória Magadan, baseada no romance Memórias de um médico de Alexandre Dumas. Era a segunda novela da atriz na Globo e sua segunda mocinha, mas também sua primeira vilã, já que ela deu vida a duas personagens.

Não teve para ninguém e a artista ganhou prêmios, entrando no grupo de grandes atrizes da televisão brasileira. Neste mesmo período, criou em São Paulo o “Circo do Povo”, tendo como sócio o ex-marido Sylvian Paezzo.

“A Sucessora” (1978) - Juliana

Na década de 1970, Nathalia deixou o teatro um pouco de lado e emendou trabalhos consecutivos na televisão, interpretando mocinhas e vilãs. Seu principal trabalho neste período foi em “A Sucessora”, de Manoel Carlos.

Ela era a antagonista da personagem de Susana Vieira e mantinha um tom de mistério em sua interpretação. Susana, em entrevistas, agradeceu o apoio de Timberg na sua carreira. “Era fã e ficava nervosa em trabalhar com ela. Mas Nathalia me ajudou muito”, revelou a atriz no programa “As vilãs que amamos”, do canal Viva.

“Ti Ti Ti” (1985) - Cecília

Ela foi uma mulher com problemas mentais que cria elegantes figurinos para suas bonecas. É através do seu talento que nasce a figura de Victor Valentim (Luis Gustavo). A comédia de Cassiano Gabus Mendes se tornou um enorme sucesso e a artista entrou na memória de muitos telespectadores.

Em 2010, Regina Braga foi quem deu vida a personagem no remake feito por Maria Adelaide Amaral. Na segunda versão, a figura teve menos impacto em relação à primeira, mas o público se encantou pela história.

“Vale Tudo” (1988) - Celina Junqueira

Uma mulher meio sem cor, sem vida, que girava em torno da irmã Odete Roitman (Beatriz Segall). Por ser coadjuvante, Nathalia não é tão lembrada no papel, mas recebeu muitos elogios pelo seu trabalho.

Na reprise no Viva, em 2010, a atuação de Timberg recebeu maior destaque e reverência por parte do público. Consagrada, foi possível que muitas pessoas pudessem reconhecer a importância do papel para o andamento da trama de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.

“Éramos Seis” (1994) - Tia Emília

Seu primeiro e único trabalho no SBT. O destaque daquela produção foi Irene Ravache, mas a trama ganhou muito destaque entre os críticos, principalmente pelo seu elenco estrelado, ganhando o prêmio APCA e Troféu Imprensa

Chegou a se acreditar que a emissora de Silvio Santos investiria com maior afinco na dramaturgia e Nathalia poderia ter uma longa carreira no canal, contudo, logo ela voltou para Globo.

“Força de Um Desejo” (1999) - Idalina

Considerado por muitos especialistas e historiadores de televisão como a maior e mais importante interpretação da atriz. Ela infernizou a vida da protagonista Ester (Malu Mader) e, mesmo com a baixa audiência da novela, seu desempenho chamou muito a atenção.

Idalina entrou no hall de vilãs mais aterrorizantes da televisão, principalmente pela sua falta de humanidade para castigar seus adversários.

“Quando estou lendo, desenvolvo novos pensamentos e vou absorvendo conhecimentos. Por isso, eu me sinto como se estivesse sempre me preparando para essa vida que eu escolhi, a interpretação”, declarou Nathalia ao Gshow.

“Porto dos Milagres” (2002) - Ondina

Uma coadjuvante de luxo, responsável por fazer a atriz ser indicada a diversos prêmios. A novela foi responsável pelo reencontro da veterana com o autor Aguinaldo Silva e também nasceu à parceria dela com Ricardo Linhares, que vieram a trabalhar juntos em “Insensato Coração” e “Babilônia”.

“Babilônia” (2015) - Estela

O último trabalho de Gilberto Braga ofereceu a oportunidade de Nathalia interpretar uma homossexual. Apaixonada pela sua esposa, o primeiro capítulo foi cercado de polêmica ao exibir o beijo dela com a atriz Fernanda Montenegro.

Grupos evangélicos escreveram textos nas redes sociais boicotando a produção, que se tornou a trama de menor audiência do horário das nove, fechando com 25 pontos.