De Rogéria a Glamour Garcia: As trans que ganharam espaço na TV
“Bom Sucesso” também terá personagem interpretada por uma atriz trans
Publicado em 23/07/2019 às 06:09
Glamour Garcia vem roubando a cena em “A Dona do Pedaço”. No ar como Britney, secretária trans da Maria da Paz (Juliana Paes), a atriz retrata um pouco da sua própria história já que ela também passou pela transição de gênero.
Em “O Sétimo Guardião”, tivemos a participação de Nanny People. Na próxima novela das sete, “Bom Sucesso”, também terá em seu elenco uma atriz trans, reforçando um espaço ocupado nos anos 80 por Roberta Close e Rogéria.
Mas elas não estão invadindo apenas os folhetins. Hoje, basta zapear com o controle remoto pela programação para conferir o trabalho de muitas profissionais que também mudaram de gênero e brilham na TV. Confira!
Glamour Garcia
Na trama escrita por Walcyr Carrasco, a atriz paulistana de 30 anos dá vida à Britney. A secretária nasceu menino, mas retorna como uma mulher depois de estudar fora. Batizada como Daniel, assim como sua personagem, Glamour nasceu do sexo masculino e desde criança se sentia uma menina. Em depoimento ao programa “Liberdade de Gênero”, do GNT, ela conta que começou a se depilar aos 10 anos e com 20 passou a fazer tratamento hormonal.
Gabrielle Joie
Depois de fazer uma participação no seriado “Sob Pressão”, Gabrielle Joie se prepara para voltar à TV em “Bom Sucesso”, novela das sete que estreia no próximo dia 29. Na trama, a atriz de 21 anos será Michelly, uma adolescente em processo de transição de gênero, assim como a jovem fez há alguns anos. Nascida em Brasília, a também modelo se tornou conhecida postando vídeos na internet e logo ganhou o apoio da comunidade LGBTQ+.
Nany People
Uma das figuras mais carismáticas da TV, a atriz esteve no ar recentemente como o Marcos Paulo em “O Sétimo Guardião”. Diferente do personagem que interpretava na novela de Aguinaldo Silva, Nany People nunca fez cirurgia de mudança de sexo, embora tenha marcado a operação quando tinha 26 anos, mas desistiu a pedido da sua mãe. “Assumi minha identidade feminina e me adequei fisicamente”, disse ao jornal “Extra”. Apontada como diferente, por dez anos ela se apresentou como Drag Queen. Somente depois dos 37 anos é que Nany People se reconheceu como trans e assumiu seu lado mulher.
Lisa Gomes
Nascida em Recife e morando em São Paulo, Lisa Gomes começou na carreira de repórter em 2007 fazendo matérias para o “Arrasa Bi”, um canal do YouTube direcionado ao público gay. Em 2013, foi contratada pela emissora paulista para integrar o quadro de web repórteres, produzindo matérias para “A Tarde é Sua!” e o “TV Fama”. Graças ao seu jeito espontâneo, em 2014 a jornalista fez a cobertura do carnaval para a emissora e logo depois entrou para o quadro fixo do “Tv Fama”. No início do trabalho, ela revela que só se vestia de mulher para entrar no ar. Lisa fez tratamento hormonal e em 2017, finalmente conseguiu se submeter a uma cirurgia de implante de silicone nos seios.
Leonora Áquilla
Natural de Minas Gerais, foi criada em São Paulo. Assumiu sua homossexualidade ainda na adolescência, quando começou a se montar como Drag Queen a fim de ganhar sua independência financeira. Sempre se identificou como sendo do sexo feminino, mas a transexualidade só veio aos 28 anos. Entretanto, não quis se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual, optando apenas pelo implante de silicone. A mudança na documentação veio em 2008. Dois anos depois, fez cirurgia de feminização, remodelando a face. Se submeteu, ainda, a rinoplastia, lipoaspiração, ritidectomia e abnoplastia. Em 2012, revelou ao “TV Fama” o início do tratamento hormonal para a transição de gênero. Formada em jornalismo, trabalhou como repórter nos programas “Noite Afora” e “Bom dia Mulher”, na Rede TV!; e “Balanço Geral”, na Record. Atualmente, é colunista do quadro “Roda da Fofoca”, no “A Tarde é Sua”, na Rede TV!.
Mama Burschetta
Nascido Luiz Henrique, o ator ficou conhecida nos anos 80 no programa de variedades “TV Mix”, na TV Gazeta. Nos anos 90, participou do infantil Castelo Ra-Tim-Bum, TV Cultura, e para o juri do “Show de Calouros”, no SBT. De 2000 a 2010, na emissora do Silvio Santos fez participações nos programas “Jogos dos Pontinhos” e “Jogo das Três Pistas” como Mama Bruschetta, seu personagem mais famoso e que o acompanha até hoje. No final de 2016, saiu da TV Gazeta, onde estava há 15 anos no programa “Mulheres”, para se tornar uma das apresentadoras do “Fofocalizando, do SBT, ao lado de Mara Maravilha, Leão Lobo, Léo Dias, Lívia Andrade e Décio Piccinini.
Roberta Close
Foi a primeira personalidade brasileira a assumir publicamente sua identidade de gênero, nos anos 80. Aos 14 anos, foi morar com avó depois que o pai se negava a ter um filho vestido de mulher em casa, a quem dizia ser sua empregada. Com seus 1,80 m, chamava a atenção por onde passava. Não demorou muito para se tornar modelo e fazer sucesso. Em 1981, levou o título de Miss Brasil Gay. Três anos depois, Roberta Close foi vedete do Carnaval Carioca e desde então se tornou famosa na imprensa. Estampou as capas das revistas “Playboy”, “Ele & Ela”, “Manchete”, “Contigo”, “Sexy”, “Amiga” e “Close”, publicação de onde tirou seu nome artístico. Fez tanto sucesso que chegou a ser entrevistada pelos principais programas da televisão brasileira como “Fantástico”, “Domingão do Faustão” e “Hebe Camargo”. Em 1989, a modelo e atriz finalmente conseguiu fazer a cirurgia de mudança de sexo e na época afirmou ter nascido hermafrodita. No ano seguinte, a modelo posou completamente pela primeira vez na edição da “Playboy” que trazia Luma de Oliveira na capa e foi recorde de vendas. Depois de 15 anos lutando para mudar seu nome nos documentos, a modelo se saiu vitoriosa em março de 2005. Casada com o empresário suíço Roland Granacher, Roberta Close vive em Zurique desde 1993.
Rogéria
A carioca sempre soube que era homossexual. Na adolescência, assumiu seu lado transformistas e se tornou maquiadora na extinta TV Rio. Batizado Astolfo, nunca escondeu seu verdadeiro nome. A convivência com celebridades foram abrindo portas, até que estreou em 1964 em um show na Galeria Alaska, reduto gay de Copacabana. Atuou no cinema e na TV, além de jurada nos programas “Cassino do Chacrinha”, “Gilberto Barros” e “Caldeirão do Huck”. Além de coreógrafa na comissão de frente da escola de samba São Clemente. Em 2016, lançou sua biografia “Rogéria - Uma Mulher e Mias Um Pouco”. Faleceu em agosto de 2017 depois de ser internada com quadro de infecção urinária. Ela tinha 74 anos.
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