"Belaventura" faz estreia correta, mas escorrega em alguns pontos
Novela estreou nesta terça (25) na RecordTV
Publicado em 26/07/2017 às 09:37
“Belaventura” finalmente estreou na RecordTV nesta terça-feira (25). A trama medieval de Gustavo Reiz não fez feio em seu capítulo inicial, apesar do prólogo um tanto confuso ao grande público.
Antes de tudo, é conveniente evitar comparações com “Game of Thrones”, série de sucesso da HBO. Não seria justo medir pela mesma régua produções com focos e de formatos distintos.
Raramente vista na TV aberta, a época medieval teve um aspecto um tanto fantasioso ou “kitsch”. Talvez por sua baixa frequência na televisão, a história fique confusa em alguns momentos. A primeira fase, explicando – sem ser didática – a origem da rivalidade entre as “casas” familiares de Redenção e Valedo, assim como o amor dos protagonistas, nascido ainda na infância, teve alguns momentos que o telespectador ficou sem compreender direito.
O melhor personagem, com certeza, é o misterioso Bartolion (Paulo Gorgulho). Um tipo a la “mestre dos magos”. Mau? Bom? Hipócrita? Louco? Ou nem lá nem cá? Isso, só os próximos capítulos poderão responder. A história sofrida de Lucy (Larissa Maciel) apresentou um ponto bastante interessante. E a vilã Marión, interpretada por Helena Fernandes, saiu-se com bom destaque - dependendo da condução, pode ser a melhor personagem da atriz desde a cômica Ipanema de “A Diarista”, da TV Globo.
Escorregada
Além do já mencionado prólogo razoavelmente confuso, o ponto negativo fica para Kadu Moliterno como o rei Otoniel. O ator por diversos momentos manteve as mesmas expressões e optava por declamar o texto, em vez de interpretá-lo. Pela importância do papel, poderia ter ido para outro ator.
Floriano Peixoto, por exemplo, estava correto como conde Severo, o “personagem correspondente” da casa rival. Os mocinhos da história, interpretados por Rayanne Morais e Bernardo Velasco, pouco mostraram - também pudera, ante as poucas cenas.
Dependendo da condução, “Belaventura” pode ser uma alternativa válida, tal qual “Escrava Mãe” (2016), do mesmo autor. A estreia foi correta e a história vale a vista.
Diogo Cavalcante é formando em jornalismo. Amante de televisão e apaixonado por novelas, fala sobre o assunto desde 2013. É um dos maiores especialistas sobre Classificação Indicativa na internet.