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De animador à entrevistador: a mudança de foco de Gugu Liberato na Record

"Enfoque NT" analisa novo perfil de Gugu Liberato na Record, apostando em entrevistas


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Gugu Liberato deixou para trás o "show" que dava no SBT - Divulgação/TV Record
Gugu Liberato faz 35 anos de carreira na TV em 2016. Começou na extinta "Sessão Premiada", do SBT, atendendo telefonemas nos intervalos dos filmes e distribuindo prêmios.
 
Posteriormente, explodiu no cenário televisivo na maneira de conduzir seus programas de auditório como o "Viva a Noite", "Passa ou Repassa" e "Domingo Legal", mais tarde.
 
Seu bom desempenho no SBT o colocou na mira da Globo, chegando a contratá-lo no final da década de 1980. Silvio Santos, com problemas na voz, foi pessoalmente conversar com o dono da Globo, Roberto Marinho, para acertar sua rescisão e volta ao SBT.
 
O loiro se consagrou na TV apresentando programas de auditório, gincanas e tendo um contato direto com o público. Foi assim durante quase toda a sua carreira que conseguiu ganhar a simpatia do telespectador.
 
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Os bordões, o riso fácil e a empatia fizeram de Gugu Liberato praticamente uma unanimidade na televisão em certa altura da carreira, batendo o "Domingão do Faustão" domingo após domingo, chegando a ameaçar seu concorrente de ser substituído por outro apresentador.
 
No entanto, de um tempo pra cá, mais especificamente desde que reestreou na Record em 2015, Gugu vem se destacando por um outro motivo: o de mostrar seu lado jornalista e entrevistador.
 
É claro, Gugu já usou e abusou do jornalismo no "Domingo Legal", do SBT, mas sempre mesclava com o entretenimento. Afinal, o programa era longo e nos áureos tempos, chegou a perdurar por cinco horas no ar. 
 
Agora, na Record, tem um programa semanal à noite, e mais curto, cerca de duas horas. E boa parte desse tempo vem sendo preenchido com entrevistas exclusivas e polêmicas. Algo que é muitas vezes conseguido pela história que traçou no SBT, ganhando inúmeros fãs.
 
Para quem não se lembra, quando Gugu trocou o SBT pela Record, em 2009, lhe foi prometido um talk-show na Record News, algo que nunca saiu do papel. Esse fator, segundo o próprio, pesou bastante para a troca de emissora, o famoso "plano de carreira" que o canal de Edir Macedo lhe propunha. 
 
Veja o encerramento do ultimo Domingo Legal apresentado por Gugu no SBT em 2009

Fora da briga dos domingos, Gugu entendeu que o público da quarta-feira à noite é um pouco diferente, e o tipo de programa que fazia, e que lhe consagrou, já não tem mais a mesma aceitação. É dançar conforme a música. 
 
Apostando em entrevistas com personalidades desaparecidas da mídia como Walter Mercado, Roberta Close, outras polêmicas como Pedro Cardoso, Rafael Ilha e com presidiários, como o goleiro Bruno e a inesquecível de Suzane Von Richthofen, na estreia do programa em 2015, Gugu conseguiu se consolidar no horário.
 
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Muitos podem criticá-lo por essa mudança de foco, mas é o que vem dando resultados. Tentativas de resgatar o passado, como aquela edição da "Banheira do Gugu" no ano passado foi extremamente constangedor. Definitivamente, não há mais espaço para esse tipo de conteúdo, e o apresentador se mostrou bastante incomodado com o "revival". Já não sabia mais como fazer tudo aquilo acontecer. 
 
Outros quadros mais cirúrgicos, como o "Sentindo na Pele", ainda rendem, mas fazer aquele show que Gugu proporcionava no "Domingo Legal" e até tentou fazer na Record entre 2009 e 2013, ele já não consegue mais com os mesmos resultados. 

 
Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há 11 anos e assina a coluna Enfoque NT há cinco, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter: @tforatto
 
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