O futuro da medição de audiência na televisão em pontos
Enfoque NT
Publicado em 31/07/2014 às 21:06
É bem verdade que nos últimos anos os programas da televisão aberta vêm caindo gradativamente em pontos no Ibope. É até natural que isso aconteça diante da proliferação de outras plataformas. Também ajuda o fato das televisões estarem produzindo conteúdos cada vez menos interessantes.
A cada ano que passa, os “pontos” dos programas vão cair e vamos passar a chamar tudo de fracasso. Daqui cinco anos, pode ser perfeitamente possível uma novela das 21h dar 15 pontos. Era inimaginável uma delas dar 30 de média geral há dez anos. O futuro, neste sentido, não é nada animador, e vamos ter que aprender a olhar de outras maneiras para os números. Isto é, a interpretá-los de forma diferente, como nos Estados Unidos, onde a medição feita é por telespectadores, e não por pontos.
A medição, desta forma, se torna mais real e com uma dimensão melhor e “exata” de quantas pessoas estão assistindo determinado programa. Porque por “pontos” ou “cada ponto equivale a X lares ou telespectadores” pode acabar mascarando um sucesso e fracasso desta ou daquela atração.
Falando nisso...
O SBT Brasília tem ido muito bem no Ibope, no segundo lugar. Em junho, o SBT conquistou 6,3 pontos contra 5,4 da Record na média-dia (entre 07h e meia-noite). Já na faixa da tarde (12h-18h) a diferença é maior: 6,8 contra 5,1, respectivamente.
Desinteresse futebolístico
Os jogos da Copa do Mundo, que salvaram a Globo e Bandeirantes entre junho e o início de julho, não estão fazendo o mesmo com as partidas de times brasileiros. A Globo teve só 15 pontos com a Copa do Brasil e a Band, 5 com a Copa EuroAmericana, nesta última quarta (30).
Aí é que está. Será que todos esses números estão tão ruins como parece? Ter uma medição em pontos da Grande SP como parâmetro parece estar predestinado a terminar. Ou senão, não teremos mais nenhuma atração na televisão aberta digna de ser chamada de sucesso.
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