Antenado: "A Teia" é chocante e realista, como pede a temática policial
Publicado em 29/01/2014 às 08:30
Eu sempre birrei com séries e novelas policiais da televisão brasileira. Sempre mesmo. Desde “A Lei e o Crime”, da Record, passando por “Força-Tarefa”, da Globo. Minha birra não era por causa da produção, do lineamento da história, mas sim por causa de uma coisa: a falta de palavrões entre policiais e bandidos, algo que acontece na vida real.
Parece que “A Teia” não se importa muito com esse tabu. Os roteiristas Braulio Mantovani ("Tropa de Elite" 1 e 2 e "O Brado Retumbante") e Carol Kotscho ("Dois Filhos de Francisco") colocaram realidade na tela. Durante as perseguições e também durante o roubo que aconteceu no Aeroporto Internacional de Brasília, não faltaram palavrões. Se o horário permite e se a realidade é assim, tudo certo.
O texto é absurdamente sensacional. Braulio e Carol reafirmam sua competência e fazem uma história forte, cheia de mistérios e nuances, fazendo com que o telespectador tenha atenção para não perder nenhum detalhe, já que “A Teia” nada mais é do que um jogo de gato e rato.
Falando das atuações, confesso: temia demais pelo desempenho de Paulo Vilhena, devido a ele não se destacar em vários trabalhos seus. De fato, fui surpreendido: o ator foi bem, correto, e se destacou. Andreia Horta, mais uma vez, mostra que é uma atriz de talento e uma das melhores da nova geração.
João Miguel, que já mostrou em vários filmes do cinema que é um grande ator, tem sua grande chance na televisão e é o grande destaque como o delegado federal Jorge Macedo. João é forte, seguro e passa bastante verdade.
No mais, é esperar pelo segundo episódio da caçada. O primeiro foi realista e chocante, como pede a temática policial. Gostei bastante e espero que a próximo capítulo chegue logo.
Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. Além do “Antenado”, é responsável pelo “Documento NaTelinha”. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer