Com julgamento de Bolsonaro e protestos contra anistia, TV paga dispara em setembro
A TV paga teve um grande crescimento em setembro e respira
Publicado em 14/10/2025 às 12:40,
atualizado em 14/10/2025 às 12:54
A TV paga parece ter ganhado uma sobrevida. Após meses sequentes de queda, a soma dos canais por assinatura no Brasil teve um crescimento exponencial em setembro e chegou a roubar a público das emissoras abertas e até do streaming e vídeos sob demanda, que recuaram no mesmo período de tempo.
Segundo dados liberados nesta terça-feira (14) pela Kantar Ibope, a TV paga, que contabiliza todos os canais por assinatura que estão no Brasil, fechou o mês de setembro com média de 8,6% de participação. Este é o melhor desempenho do grupo no ano e representa um crescimento de 7,5 pontos percentuais em relação ao mês de agosto, quando o registro era de 8%.
A comparação com setembro de 2024, no entanto, mostra que a TV paga vem num recuo nos últimos anos. Um ano atrás, a audiência das emissoras por assinatura estavam em 8,9%, ou seja, em um ano houve queda. Mas, ao comparar com abril de 2025, quando ela atingiu seu menor desempenho, o movimento já é de crescimento. Naquela ocasião, o registro foi de 7,7%, ou seja, em cinco meses, houve aumento de quase 1 ponto percentual no total.
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Enquanto a curva da assinatura cresceu em setembro, a TV aberta recuou. Os dados mostram que os canais abertos fecharam o mês com 57,9% de participação, uma leve queda em relação a agosto, quando o total era de 58,5%. Em um ano, também há queda, já que as emissoras gratuitas somadas representavam 60,4% do bolo.
Por outro lado, quem também parou de crescer no mês passado foi o streaming e vídeos sob demanda. Na somatória, eles fecharam com 33,4% de participação, ante 33,5% do mês de agosto. Em um ano, no entanto, há avanço, já que em setembro de 2024, eles registravam 30,7%.
Neste cenário, Globoplay (foi de 1,6% para 1,5%), Netflix (foi de 4,7% para 4,4%), Prime Video (foi de 1,1% para 1,0%) e YouTube (foi de 20,1% para 20%) foram os destaques negativos entre agosto e setembro. Enquanto Disney + (foi de 0,4% para 0,5%), HBO (foi de 0,3% para 0,4%) e TikTok (foi de 4,5% para 4,6%) representaram crescimento.
O que explica o crescimento da TV paga?

Não há dados neste levantamento da Kantar Ibope para justificar o crescimento da TV por assinatura, já que o resultado é apresentado pela somatória dos canais e não houve análise individual neste recorte. Ainda assim, é possível analisar a programação que pode explicar, ao menos parcialmente o crescimento.
O primeiro deles é o futebol. Em setembro retornaram todas as competições europeias em que os principais jogos são assistidos pela TV paga no Brasil. Premier League, como carro-chefe, mas campeonatos como italiano e espanhol estavam a todo vapor, assim como o início da Champions League e a Data Fifa com partidas das seleções da Europa.
Além disso, também houve duas coberturas jornalísticas intensas nas emissoras de notícias da TV por assinatura. A reta final do julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à prisão, que foi acompanhada de perto por todos os canais em tempo real acompanhando o STF (Supremo Tribunal Federal) e a repercussão dos resultados do julgamento.
E também as manifestações de setembro que levaram milhares de pessoas às ruas. Em 7 de setembro, apoiadores de Jair Bolsonaro, que fizeram um ato em favor da anistia e, logo depois, ainda em setembro, milhares de pessoas pelo país fizeram justamente o oposto, um protesto contra a anistia e contra a PEC da Blindagem. Ambos tiveram intensa cobertura da TV paga.
