Voto de pobreza e apelo por emprego: como estão os protagonistas de Vejo a Lua no Céu

Uma novela exibida há 49 anos já pode ser vista pelos assinantes do Globoplay a partir desta segunda-feira (11). Estamos falando de Vejo a Lua no Céu, trama assinada por Sylvan Paezzo, baseada no conto homônimo de Marques Rebelo, que foi exibida entre fevereiro e junho de 1976 e teve 99 capítulos.

Infelizmente, no entanto, a produção será disponibilizada na plataforma de streaming dentro do Projeto Fragmentos, já que restam apenas seis capítulos nos arquivos da emissora (os dois primeiros, dois do meio e os dois últimos).

Vejo a Lua no Céu fez sucesso na faixa das seis ao retratar os dilemas da família de Fernando (Eduardo Tornaghi), jovem de classe média alta, que se apaixona pela pobretona Suzana (Norma Blum). A novela fazia referências a acontecimentos do início do século 20, como a Primeira Guerra Mundial, e marcou a estreia de Isabela Garcia na televisão.

Um fato curioso é que os dois protagonistas da história estão longe da telinha há algum tempo e seguiram diferentes rumos em suas vidas.

Saiba o que aconteceu com eles:

Voto de pobreza

Nascido em 26 de setembro de 1951, Tornaghi participou de novelas da Globo como A Moreninha (1975), Vejo a Lua no Céu (1976), Sinhazinha Flô (1977), Dancin’ Days (1978), Memórias de Amor (1979), Marina (1980), Vereda Tropical (1984) e A Gata Comeu (1985).

Após a trama de Ivani Ribeiro, ele diminuiu suas participações na telinha, fazendo aparições apenas em Carmem (1987), da Manchete, O Salvador da Pátria (1989) e Pátria Minha (1994), as duas da Globo. Ele está longe da telinha desde uma participação em Rock Story, em 2016.

Em entrevista ao portal Notícias da TV, em 2015, Tornaghi contou que cansou da televisão e que sentia como se vivesse em uma “gaiola de ouro”. Ele também entendia que dinheiro era “veneno”. Por isso, resolveu conhecer o Brasil real e o mundo subterrâneo da cultura.

Adepto do estilo hippie, fez voto de pobreza e passou a dar aulas de teatro em presídios e comunidades carentes do Rio de Janeiro, além de escrever e organizar eventos de literatura e divulgar seus trabalhos de poesia nas ruas da capital fluminense, tendo atualmente 72 anos.

Apelo por trabalho

Pioneira da Globo, tendo brilhado em diversas atrações da televisão brasileira, Norma Blum tem encontrado dificuldades para conseguir novos trabalhos nos últimos anos.

Na emissora, brilhou em tramas como O Homem Proibido, A Última Valsa, Senhora, Bravo!, Escrava Isaura, como Malvina, Marina e Ciranda de Pedra, quando viveu Frau Herta, um dos papéis mais destacados de sua carreira. Depois de uma passagem pela Band, ainda fez Sinhá Moça, Bambolê, Lua Cheia de Amor e Anos Rebeldes antes de diminuir sua presença na telinha.

Após alguns anos de ausência, ela retornou em 2001, em Pícara Sonhadora, do SBT; também esteve em Celebridade, A Escrava Isaura, Floribella, Alta Estação, Malhação, Cama de Gato, Insensato Coração, Carrossel, Joia Rara e Além do Tempo, sua última novela até o momento.

Atualmente com 85 anos, a atriz leva uma vida discreta em São Paulo, apesar de já ter feito alguns apelos por trabalho e estando disponível para atuar. Em 2018, por exemplo, ela fez um apelo no Facebook.

"Infelizmente, não há muito espaço para profissionais mais maduros. Além da minha experiência com arte dramática, sou fluente em quatro idiomas (português, inglês, alemão e francês) e também atuo como locutora poliglota nos idiomas citados. Como tradutora sou especialista em versões de livros, biografias e textos de publicidade do português para o inglês. Busco trabalho em quaisquer das áreas acima porque adoro o que faço e detesto ficar inativa", escreveu.

Recentemente, ela foi vista no Globo Repórter que comemorou os 60 anos da Globo e foi homenageada no Programa do Ratinho, no SBT.