Memória

Sem parentes vivos, estrela da Globo terminou seus dias no Retiro dos Artistas

Atriz que brilhou em diversas novelas da Tupi e da Globo, Yolanda Cardoso nos deixava há exatamente 18 anos, em 10 de julho de 2007, quando residia no Retiro dos Artistas

Nicette Bruno e Paulo Goulart visitando Yolanda Cardoso no Retiro dos Artistas
Por Thell de Castro

Publicado em 10/07/2025 às 11:18:00

Grande atriz do teatro brasileiro, Yolanda Cardoso também marcou presença em diversas novelas de várias emissoras. Ela faleceu há exatamente 18 anos, em 10 de julho de 2007, quando residia no Retiro dos Artistas.

Yolanda Cardoso da Silva nasceu em 28 de setembro de 1928, no Rio de Janeiro. Ela estreou nos palcos em 1956, em Marquesa de Santos; seu maior sucesso no teatro foi Alzira Power, no início dos anos 1970, ganhando diversos prêmios de melhor atriz. No cinema, seu primeiro trabalho foi Uma Certa Lucrécia, em 1957, seguido por diversos filmes nas décadas seguintes.

A primeira participação na televisão veio em 1962, quando ela atuou em produções como Grande Teatro Tupi e Teatrinho Trol. Sua primeira novela foi a famigerada Anastácia, a Mulher sem Destino (1967), marcada pelo terremoto criado por Janete Clair para eliminar boa parte dos personagens e recomeçar a fracassada trama do zero.

Depois disso, fez Ana (1968), Algemas de Ouro (1969) e As Pupilas do Senhor Reitor (1970), na Record, e emendou diversas produções na Tupi, como Na Idade do Lobo (1972), Bel-Ami (1972), A Volta de Beto Rockfeller (1973), As Divinas e Maravilhosas (1973), A Barba Azul (1974), A Viagem (1975), O Sheik de Ipanema (1975), Papai Coração (1976), Tchan, a Grande Sacada (1976), O Profeta (1977) e O Direito de Nascer (1978).

De volta à Globo

A atriz voltou para a Globo em Coração Alado (1980), atuando em várias produções da emissora a partir daí, como O Amor é Nosso (1981), Sétimo Sentido (1982), Bandidos da Falange (1983), Louco Amor (1983), Transas e Caretas (1984), Direito de Amar (1987), quando se destacou como a personagem Catarina Barbosa, e Que Rei Sou Eu? (1989).

A atriz diminuiu sensivelmente sua presença no vídeo a partir dos anos 1990, participando apenas de episódios do Você Decide, da minissérie Decadência (1995) e do Sai de Baixo, em 1998, além de uma pequena ponta em Andando nas Nuvens (1999).

Últimos anos de vida

Sem parentes vivos, Yolanda passou a morar no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, em 2001, onde frequentemente recebia a visita de antigos colegas, como Nicette Bruno e Paulo Goulart.

Foi morando na instituição que a atriz apareceu na novela Mulheres Apaixonadas (2003), como ela mesma, em sua última aparição na telinha. Um ano antes, esteve no documentário Chão de Estrelas, feito pelo diretor Marcus Vinicius Faustini. Mesmo convivendo com problemas de saúde, a atriz fazia questão de frequentar o salão de beleza do local.

"Eu queria conhecer o Retiro e ela me trouxe. Fiquei encantada! Lembro que tomamos um chá aqui enquanto eu ficava admirada com o local. Hoje, já há anos aqui, me sinto muito feliz", declarou em entrevista, citando a amiga Beatriz Veiga.

Yolanda Cardoso morreu em 10 de julho de 2007, aos 78 anos, de falência múltipla dos órgãos decorrente de pneumonia e infecção generalizada, após internação no Hospital Municipal Álvaro Ramos.

"Ela morreu com o semblante de uma pessoa vivida, lutadora, que sempre gostou da vida", declarou Stepan Nercessian, que dirige o Retiro dos Artistas, ao jornal O Globo do dia seguinte. O corpo da atriz foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, na capital fluminense.

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