Publicado em 23/10/2024 às 06:11:00,
atualizado em 23/10/2024 às 10:09:31
Há 35 anos, em 23 de outubro de 1989, o SBT lançava a novela Cortina de Vidro, a primeira de Walcyr Carrasco na carreira. A trama inaugurava no Brasil o regime de coprodução em dramaturgia e revelava uma ambição de Silvio Santos (1930-2024): não só incomodar, mas disputar o primeiro lugar de audiência com a Globo.
Cortina de Vidro mirou nomes de peso da Globo como Lucélia Santos, Tarcísio Meira (1935-2021), Irene Ravache e Cássia Kiss. Isso só foi possível porque o Homem do Baú encontrou uma brecha nos contratos de artistas da líder: eles não poderiam trabalhar diretamente em outros canais, mas o documento não dizia nada sobre produções independentes. Apesar de tentar, o único nome realmente de mais impacto foi o de Antônio Abujamra (1932-2015).
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Dito isso, criou-se uma atmosfera de otimismo para a produção da novela e tudo aquilo que ela traria. "Queremos competir mesmo pelo primeiro lugar, porque ninguém entra no jogo para ficar em segundo", revelou Luciano Callegari, ex-braço direito do dono do SBT, numa entrevista concedida ao Última Hora.
O SBT já havia implantado jornalismo e retomava a produção de novelas após quatro anos. Ambientada em São Paulo, se passou inteiramente no Edifício Dacon, na Zona Sul da capital paulista. Orçada em US$ 3 milhões, números altos para os padrões da época, a novela fracassou no Ibope.
Novela produzida por Guga de Oliveira, irmão de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, Cortina de Vidro contava a história de um milionário que se passava por pobre para se aproximar da mulher por quem se apaixona. A trama que teve Herson Capri e Betty Gofman nos papéis principais, também contou com a jornalista Sandra Annenberg.
A expectativa era alta. O superintendente do SBT à época, Rubens Carvalho do Santos, afirmou à Meio & Mensagem que a emissora queria alcançar 15 pontos em São Paulo. Passou perto somente na estreia [12] e depois foi ladeira abaixo, chegando a anotar 2 em vários capítulos. Terminou com 5 de média geral na faixa das 19h40 e foi uma ducha de água fria.
E não foi só na audiência que a novela teve problemas. O Edifício Dacon, que servia de pano de fundo e tinha várias das cenas gravadas por lá, foi vendido. Carrasco encontrou uma solução: fazer o prédio pegar fogo. A solução escapista fez com que ele aproveitasse para eliminar personagens, mas não conseguiu reverter a baixa audiência.
O projeto traumatizou não só o SBT, mas a própria produtora Miksom, do irmão de Boni. Ela ficou encarregada apenas da parte técnica, sem poder interferir na artística.
Cortina de Vidro terminou em 5 de maio de 1990 com 168 capítulos. Em novembro daquele ano, o SBT ainda amargaria outro fracasso: Brasileiras e Brasileiros, que se estenderia até 1991. A emissora, devido ao segundo baque consecutivo, só reativou seu departamento de novelas em 1994 com a produção de Éramos Seis, e aí sim, um grande sucesso.
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