Luto

Morre Cid Moreira, aos 97 anos

Jornalista e locutor vinha tratando uma pneumonia

Cid Moreira fez história no Jornal Nacional
Por Redação NT

Publicado em 03/10/2024 às 09:30:26,
atualizado em 03/10/2024 às 14:07:05

Morreu na manhã desta quinta-feira (03), aos 97 anos, Cid Moreira, lenda do telejornalismo brasileiro. Ele estava internado no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, Região Serrana do Rio, em tratamento nas últimas semanas por conta de uma pneumonia.

O jornalista e locutor fez história ao ancorar o Jornal Nacional durante 26 anos. Cid nasceu em Taubaté, interior São Paulo, no dia 27 de setembro de 1927 - ou seja, havia completado 97 anos na última sexta. 

Cid Moreira iniciou a carreira no rádio em 1944, sendo descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora da sua cidade. Narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes.

Em 1951, se transferiu para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar na Rádio Mayrink Veiga. Pouco depois, teve suas primeiras experiências na televisão, que ainda engatinhava no Brasil, apresentando comerciais ao vivo em programas como Além da Imaginação e Noite de Gala, na TV Rio. Sua estreia no jornalismo foi em 1963, no Jornal de Vanguarda, da mesma emissora. Com esse mesmo programa, também trabalhou na Tupi, Globo, Excelsior e Continental.

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Cid Moreira fez história no Jornal Nacional

Em 1969, Cid Moreira retornou à Globo para ocupar o lugar de Luís Jatobá no Jornal da Globo. No mesmo ano, foi chamado para a equipe do recém-lançado Jornal Nacional. Começava ali sua longa história como âncora do principal telejornal da televisão brasileira. Inicialmente, ele dividiu a bancada do telejornal com Hilton Gomes, e dois anos depois, iniciou uma parceria de longa data com Sérgio Chapelin.

Durante 26 anos e cerca de 8 mil edições, Cid Moreira foi o rosto do Jornal Nacional, com seu tradicional e marcante "boa noite". O jornalista deixou a bancada em 1996, quando a Globo entendeu que a figura de um locutor estava chegando ao fim e iniciou uma reformulação no JN, trazendo os apresentadores William Bonner e Lillian Witte Fibe. Na ocasião, Cid passou a ler os editoriais do noticiário.

Cid Moreira também participou do Fantástico desde sua estreia, em 1973, revezando-se com outros apresentadores. Em 1999, se destacou novamente como locutor do famoso Mr. M.

A partir da década de 90, passou a se dedicar às gravações de salmos bíblicos. Em 2011, realizou o sonho de gravar a Bíblia na íntegra, tornando-se um sucesso de vendas.

Em 2010, sua história foi contada na biografia Boa Noite - Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira. 

Cid Moreira teve três filhos, Rodrigo, Roger e Jaciara, esta última falecida em 2020. Nos últimos anos, o apresentador chegou a lidar com polêmicas familiares. Seus dois filhos entraram na Justiça para pedir a interdição do pai e a prisão da madrasta, Fátima, alegando que ela estava se aproveitando da senilidade do pai para se apoderar dos seus bens. O casal sempre negou qualquer problema.



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