Publicado em 03/09/2024 às 04:44:00,
atualizado em 03/09/2024 às 09:19:30
O debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo promovido pela TV Gazeta e o canal My News acendeu o alerta na direção da Globo. No evento de domingo (1), Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) protagonizaram momentos de pura tensão, com os dois últimos quase partindo para as vias de fato.
A reportagem do NaTelinha apurou que o comando da Globo está preocupado com o baixo nível que o evento da emissora pode vir a alcançar - o debate do canal, o último antes do 1º Turno, está marcado para o dia 3 de outubro, com mediação de Cesar Tralli.
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Desde o encontro da Band, que ocorreu em 8 de agosto, a Globo vem buscando formas de desviar do show de horrores que rolou na TV Gazeta. Há, sobretudo, um empenho para o endurecimento das regras junto às campanhas dos candidatos, a fim de evitar ofensas pessoais, xingamentos e apelidos jocosos e, assim, coibir um festival de direitos de respostas.
O NaTelinha ouviu de fontes que uma atuação mais enérgica de Tralli será inevitável. Caberá ao âncora interromper e punir o orador que não seguir o que foi combinado entre as partes. A intenção é proporcionar um debate de ideias e propostas para o eleitor, e não um show de stand up. Vale lembrar que a Globo, assim como outros veículos, é obrigada por lei a convidar candidatos cujos partidos dispõem de pelo menos 5 deputados federais, o que não é o caso do PRTB. Nanica, a sigla não conta com representantes na atual legislatura.
Além disso, a Globo manifesta uma preocupação maior com a conduta agressiva e provocativa de Pablo Maçal, que já vem apresentando nas redes sociais um comportamento arisco com o canal, a quem chama de comunista e Globo Lixo e acusa de "defender ladrão", em alusão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A leitura é que se o empresário "pinta e borda" em um debate da TV Gazeta, cuja audiência oscila entre 1 e 2 pontos, o que ele não tentará fazer diante de uma plateia maior e a três dias da eleição.
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Na semana passada, durante uma sabatina na GloboNews, o ex-coach afirmou que processaria a emissora e a jornalista Natuza Nery, que o acusou de disseminar fake news durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Na ocasião, Pablo, ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), propagou a falsa informação de que caminhões com doações estavam sendo parados por funcionários da Receita Federal por falta das notas fiscais das doações.
O canal ainda teme que Marçal aplique o mesmo golpe desferido por Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de 2018. Na GloboNews, o ex-presidente constrangeu a mediadora Míriam Leitão e os jornalistas ao evocar Roberto Marinho (1904-2003) para defender a ditadura militar.
Além do debate da Globo, estão previstos outros cinco encontros: TV Cultura (15 de setembro), RedeTV! (17 de setembro), SBT (20 de setembro), Record (28 de setembro) e Folha de S. Paulo/UOL (30 de setembro). A tendência, data hoje, é que a maioria dos candidatos marque presença apenas nos eventos da Cultura, SBT e Record.
A preocupação da Globo com a postura de Pablo Marçal é justificável. Durante o debate da TV Gazeta, José Luiz Datena perdeu a paciência e protagonizou um duro confronto com o ex-coach. A tensão aumentou quando o empresário provocou o adversário de forma insistente, até que o apresentador deixou seu púlpito e caminhou em direção ao concorrente.
Antes de ameaçar agredir Marçal, Datena revelou que havia recebido uma ligação do rival um dia antes do debate na Band, na qual Marçal teria solicitado que o tucano criticasse fortemente o prefeito Ricardo Nunes enquanto ele partiria para o embate com Guilherme Boulos.
"Se eu soubesse que você era um condenado, vagabundo, ladrão, safado, estelionatário de internet que você é, jamais teria atendido [a ligação]. E agora não atenderei nunca mais", disparou o âncora da Band, visivelmente irritado.
Marçal ganhou direito de resposta da organização do debate, mas, antes de falar ao microfone, chamou o jornalista para briga, provocando um clima de apreensão no estúdio. A mediadora Denise Campos de Toledo chegou a segurar Datena pelo braço e pediu ajuda aos seguranças. Diante do caos, a apresentadora retirou o direito de resposta de Pablo, exigiu respeito às regras e aos eleitores e chamou o intervalo comercial.
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