Publicado em 02/09/2024 às 12:03:00
Contratada da Globo desde 2009, quando fez Viver a Vida - ela estreou no canal antes, em Cobras & Lagartos (2006) -, Nanda Costa encerrou seu vínculo fixo com a emissora no final de agosto. No elenco de Justiça 2 e cotada para o remake de Vale Tudo, a atriz agora vai assinar por obra certa com o plim plim e já começa a pensar em explorar novas funções no audiovisual.
"Foi um relacionamento de 15 anos de muito sucesso e muita história. Eu amadureci muito nesse tempo, aprendi demais, fiz grandes amigos. O entretenimento mudou muito, e isso era algo que eu já esperava e para o qual já fui me organizando. Hoje, busco trabalhos que façam muito sentido, e essa flexibilidade no relacionamento ajuda. Estou me experimentando na direção, rabiscando roteiros. É preciso plantar para conseguir ver os frutos daqui a algum tempo. Não é tão imediato", disse Nanda Costa em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.
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A famosa idealizou e codirigiu Bam Bam Bans, projeto infantil que reúne vídeos musicais em stop motion e tem animação assinada por Orlando Ávila Kilesse e direção musical de Lan Lanh, sua esposa - elas são mães das gêmeas Kim e Tiê, de 2 anos.
"Pensamos em um desenho com baixo estímulo para crianças menores. Os personagens têm um carisma absurdo, uma alegria e uma beleza, e falam sobre diversidade. E as meninas também participam. Suas vozes são incluídas na música e no desenho. Elas adoram participar, e isso me dá muita alegria. Ficam pedindo: 'De novo, de novo'. Bam Bam Bans faz um megassucesso aqui em casa", confidenciou Nanda.
"Eu amei a experiência. Quando vejo que consegui explicar no audiovisual aquilo que estava na minha cabeça, me dá uma alegria. Quando estou em cena, tenho um olhar muito mais crítico, porque acho mais difícil me expor e me assistir. Sempre acho que poderia mudar ou melhorar algo. Na direção, sinto que tenho mais liberdade para criar e ousar, e menos medo de errar, talvez. Não ter medo do ridículo e do julgamento é muito importante", explicou.
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Na entrevista, Nanda Costa também falou sobre a decisão de se mudar para Salvador (BA). "Sempre sonhei em morar em Salvador, mas para mim parecia impossível. Quando casei com a Lan, que é daqui, fui ficando cada vez mais próxima, conhecendo melhor a cidade e me apaixonando ainda mais. Estou muito feliz aqui. A Lan falava que queria morar em Salvador quando se aposentasse. E quando as meninas chegaram, pensei que queria que elas vivessem essa primeira infância neste lugar tão culturalmente rico. Acho que a vida aqui é mais barata e mais rica. Elas dizem 'eu sou baiana' e querem comer acarajé no café da manhã", contou.
"À noite começamos a conversar e normalmente o assunto acaba em trabalho. Estamos fazendo um exercício de deitar na cama e não falar sobre isso. Mas minha cabeça não para, então fico criando e ela entra na pilha. Quando percebemos, são duas da manhã. Acho que nossa relação é muito próspera porque temos assunto. Gostamos de conversar e amamos o que fazemos. Não temos muitas pretensões, não criamos muitas expectativas sobre as coisas", afirmou, citando a relação com a esposa.
Nanda ainda comentou a respeito da importância da representatividade LGBTQIAP+ no audiovisual: "Hoje em dia é muito mais natural. Há alguns anos, fiz a Maura, de Segundo Sol, que era uma personagem que estava se descobrindo e estava confusa. E é confuso mesmo, eu namorei vários homens até entender, aceitar e lidar com meu próprio preconceito. Pesava o fato de não vermos na TV, como eu não vi a minha vida inteira, um casal de dois homens ou duas mulheres representados de uma maneira normal, como é um casamento".
"Temos uma vida como a de qualquer outro casal. Estar existindo enquanto profissional, enquanto família, já é muita representatividade. E por isso gosto de compartilhar. Acho que é político mostrar duas crianças felizes, amadas, divertidas e que nossa família é real. No trabalho, espero que isso se torne cada vez mais natural a ponto de que não tenha essa importância toda. Está realmente mudando", opinou.
"Você vê quantas atrizes hoje em dia falam abertamente sobre sua orientação. Para essa galera jovem que está chegando, isso não é uma questão. Quando comecei, era muito velado. É só buscar os relatos dos atores da minha geração. E hoje em dia, não. Acho que essa galera vai sofrer muito menos porque vemos que há espaço, que portas se abrem, independentemente de o personagem ser LGBT ou não. Muita gente segue trabalhando, amém", concluiu Nanda Costa.
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