O BBB já esteve nas mãos de Silvio Santos?

O seriado O Rei da TV, que nesta segunda temporada entrou em outros assuntos da vida de Silvio Santos, relatou como o Big Brother chegou nas mãos do Homem do Baú. Na ficção, um ex-diretor artístico da emissora que passou a trabalhar para uma produtora estrangeira, sugeriu o formato no ano de 1999 enquanto o empresário tinha que lidar com o sequestro da filha e a matéria falsa do PCC de Gugu.

Ainda na série do Star+, o funcionário da produtora deixou o manual do formato com Silvio Santos para que ele pensasse e avisou que a Globo já estava de olho no Big Brother. Segundo ele, o programa reunia elementos de novela, game e vida real. A ideia de confinar artistas surgiu em meio ao próprio sequestro em um bate-papo com o sequestrador. Silvio questionou se ele assistiria a um programa assim em casa. Com a resposta positiva, ali já martelava na cabeça a ideia do reality.

Na vida real, a história não foi tão diferente assim. Silvio Santos ficou com o Big Brother nas mãos no ano 2000, mas um ano antes de passar pelo sequestro e três antes de ver a credibilidade de Gugu Liberato (1959-2019) arranhada pela matéria falsa do PCC.

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No ano 2000, Silvio Santos e sua equipe tiveram várias reuniões com a produtora holandesa, como relatou uma matéria da Folha de S. Paulo naquela ocasião, e só não fecharam contrato porque a emissora teria que desembolsar US$ 8 milhões, além de ter que importar “know-how” – material tecnológico deles -, e Silvio achou caro. O negócio melou, porém os representantes do SBT assinaram um acordo com a Endemol, que mesmo que não tivessem aceito a atração, não usariam as informações que tiveram sobre o programa.

O manual continha informações sobre toda mecânica do reality e uma "bíblia" de como realizá-lo, desde os melhores lugares para colocar câmeras até que tipo de participantes chamar.

Silvio Santos mudou de ideia e enfureceu os holandeses

Em 2001, então, os holandeses fecharam contrato com a Globo. No mesmo ano, Silvio Santos contrariou a todos lançando na surdina sua Casa dos Artistas, que virou uma febre nacional, derrotando o até então imbatível Fantástico por todos os sete domingos em que o reality esteve no ar.

O Homem do Baú ainda produziu mais duas temporadas da Casa dos Artistas em 2002, mas a audiência já não foi a mesma em virtude do desgaste do formato.

Em 2015, depois do processo da Globo e Endemol contra o SBT ter passado por todas as instâncias, a Justiça entendeu que a Casa dos Artistas era plágio do BBB. A ação girava em torno dos R$ 18 milhões.