Publicado em 04/02/2021 às 05:47:00,
atualizado em 05/02/2021 às 10:36:31
Fernanda Arantes, repórter da final da Copa Libertadores no SBT, não imaginou que vivenciaria esse momento se fosse questionada há um ano. No início de 2020, a repórter cobria a Copinha, como é conhecida a Copa São Paulo de Futebol Júnior. "Eu trabalhava muito até o pessoal do SBT me descobrir nas afiliadas da Globo e fazer o convite. Fiquei muito honrada", conta em entrevista ao NaTelinha.
A Copinha que cobriu, curiosamente, teve a presença do jogador Danilo, do Palmeiras, que foi campeão no último sábado (30). "Quando me contaram que estaria na final, não esperava ser a primeira mulher numa final da Libertadores em rede nacional na TV aberta brasileira. Temos tantas repórteres incríveis no país", valoriza a profissional de 28 anos.
Fernanda almeja que isso deixe de ser pauta, mas fica feliz por ter começado. "Agora seguimos lutando pra que essa igualdade seja constante no jornalismo esportivo", diz ela, que começou a carreira na TV Cruzeiro, do Premiere FC como repórter, com passagens pela TV Centro América, em Cuiabá, na EPTV, interior de São Paulo e SporTV. Na Rádio CBN cobriu, além da Copinha, a Taça das Favelas de Futebol Feminino, se tornando, aliás, a primeira mulher a narrar uma partida no Grupo EPTV e no site do Globo Esporte.
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Desde o segundo semestre do ano passado, com a rescisão do Grupo Globo com a Conmebol, o SBT adquiriu os direitos da Copa Libertadores até o final de 2022. Fernanda valoriza o trabalho: "Eu ainda estou anestesiada com a nossa cobertura! Foram sete horas ao vivo na final! Estamos na final! Montamos uma equipe muito determinada e muito competente. Queremos seguir levando o SBT cada vez mais longe, e pra isso, só com muito trabalho!".
Questionada se conseguiu dormir na véspera da decisão, mostra espanto consigo mesma. "Você acredita que eu dormi bem um dia antes da final? Nem eu acreditei [risos]. Eu estava tranquila, tinha estudado muito e me sentia preparada, foi o que me deu segurança", orgulha-se.
"Acho que a ficha só caiu no apito final [risos]. Venho de uma região muito simples, minha família e eu vivemos dessa mesma forma desde que nasci e ainda não entendemos o que é ter muita gente acompanhando o meu trabalho! A gente curte demais cada mensagem carinhosa! Mas ainda não entendemos tamanha visibilidade, por isso não deu tanto frio na barriga. Foquei mais no que eu sabia que eu tinha que fazer", comenta.
Quando o jogo terminou, Fernanda diz que tudo mudou: "Desabei a chorar! Percebi que tinha participado de um sonho, e estava muito feliz e grata! Foi lindo! Ainda me emociono".
A equipe do SBT, principalmente Téo José, repete que a transmissão do SBT tem o DNA da emissora, e Fernanda concorda. "O SBT tem um jeito único, muito família! A gente faz TV pra todos da casa. E isso permite que seja leve, com entendimento e informação. Fazer um jornalismo pra cima não tira nossa credibilidade", analisa.
Para Fernanda, é importante que o público se sinta bem e entenda que o SBT trabalha duro para levar o melhor do jornalismo esportivo. E descreve o momento com a palavra gratidão. "Não tem outra, pode até parecer clichê, mas é isso que sinto hoje. Sou grata por trabalhar com grandes profissionais como o Téo José, que é tão generoso. Grata pela oportunidade que o SBT me deu e grata por fazer parte de um momento histórico!".
Nota da redação: "A TV Globo procurou o NaTelinha para esclarecer a informação de que Fernanda Arantes teria sido a primeira repórter brasileira de TV aberta a cobrir uma final da Libertadores. A emissora diz que Júlia Guimarães atuou ao lado de Eric Faria na decisão do torneio de 2019, na partida entre River Plate e Flamengo, na cidade de Lima, no Peru, conforme pode ser visto aqui."
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