Publicado em 02/07/2020 às 21:55:30
Mundo da Lua, série infantojuvenil da Cultura, conquistou gerações desde sua estreia, em 1991, mas nem tudo foram flores nos bastidores do programa, como revelou seu criador, Flávio de Souza, nesta quinta-feira (2). O escritor relembrou ter ficado desempregado após uma briga com o diretor, e só retornou à TV para escrever Castelo Rá-Tim-Bum.
Flávio contou histórias sobre Mundo da Lua durante live no Instagram com o protagonista da série, Luciano Amaral, atualmente apresentador do canal pago ESPN Brasil. O dramaturgo, que também interpretou o tio Dudu, falou que não pode assistir ao programa por discordâncias com a direção, e citou o episódio que mais rejeita.
"Eu não posso assistir ao Mundo da Lua porque não gosto do jeito do que foi feito. Aquela briga que teve no final, por que fiquei um tempo fora da Cultura? Porque tive problemas com o diretor, porque havia coisas que ele fazia questão de fazer diferente do que eu pedia no roteiro", recordou Flávio de Souza.
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"A história que eu menos gosto de assistir é uma que se chama 7 x 8, em que o Lucas adulto toca a campainha e vem falar: 'Pelo amor de Deus, aprenda matemática, senão não vou poder ser astronauta', que é a história que eu mais gostei de ter inventado. Tinha que ser um ator adulto para aparecer o Lucas Silva e Silva e o Lucas adulto conversando. Não, ele colocou você mesmo, de bigode, com tudo embaçado que mal dá para enxergar sua cara. Nunca aparecem os dois juntos, porque ele teve essa ideia genial, e que para mim estragou tudo. Este eu não posso assistir porque fico nervoso, tenho vontade de pegar uma máquina do tempo, entrar e ir lá falar: 'Não!'", comentou.
Na época, Mundo da Lua tinha na direção Marcos Weinstock, que também foi diretor-adjunto de programação da Cultura, depois substituído por Roberto Vignati.
Flávio também relembrou fatos sobre o início de Castelo Rá-Tim-Bum, criada por ele com o cineasta Cao Hamburger. Inicialmente, o escritor havia sido chamado para criar quadros para um Rá-Tim-Bum 2, que teve sua exportação vetada por falhas no áudio. Entre as ideias, foi pensado um programa parecido com um game ao estilo Mario Bros.
"Nesse Rá-Tim-Bum 2, já existiam Pedro, Biba e Zequinha. Eles iam fazer a ligação entre os quadros, que coisa maluca! Era como um videogame e eles passavam de fases, por exemplo, abriam uma porta, havia um escorregador e eles paravam em outro quadro, ali havia um buraco, em que eles caíram em outro quadro. Era totalmente Mario Bros. Eles foram a única coisa do Rá-Tim-Bum 2 que sobrou. Inventamos tanta coisa que chegaram à conclusão de fazer um programa novo", afirmou.
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