Memórias da Telinha

Há 30 anos, Globo lançava Linha Direta para decifrar crimes insolúveis

Linha Direta foi interrompido em 1990 e só voltou em 1999

O primeiro apresentador do Linha Direta: Hélio Costa - Reprodução/Memória Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 20/06/2020 às 08:09:00

Em 29 de março de 1990, ia ao ar pela primeira vez na Globo o programa Linha Direta, que voltaria à grade da emissora em 1999. A atração estreou quando Tieta, que foi disponibilizada há poucos dias no Globoplay, fazia enorme sucesso na faixa das 20h e buscava ter um olho real e outro na ficção. O projeto ainda visava decifrar crimes considerados difíceis de serem desvendados.

O responsável pela apresentação era Hélio Costa, lançado como uma espécie de detetive eletrônico capaz de resolver crimes e mistérios insolúveis. O então ex-repórter do Fantástico retirou da TV norte-americana o tema de linha direta: impunidade.

Lá, existia o programa America's Most Wanted (Mais Procurados da América), da Fox, que busca os foragidos da polícia com dramatizações de seus crimes, retratos falados e ajuda dos telespectadores. A NBC contava com um parecido, o Unsolved Misteries (Mistérios Não Resolvidos) e a CBS com o Crime Watch (Vigilante do Crime) também entrava na onda no país.

"Teremos uma linha direta e permanente com o público para receber pistas que nos ajudem a encontrar um assassino ou uma pessoa desaparecida", avisou Hélio Costa ao jornal O Dia, na edição do dia de 25 de março de 1990.

Considerado sensacionalista e até morno, o Linha Direta ficou somente no ar até o mês de julho de 1990 nesta primeira fase. Tudo porque seu apresentador, Hélio Costa, virou candidato ao governo de Minas Gerais.

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O Linha Direta retornou em 1999 com Marcelo Rezende (1951-2017), ainda mais jornalístico. "Trata-se de dramaturgia baseada em situações reais. Vamos retomar histórias verdadeiras que ficaram sem desfecho, tendo como base depoimentos, inquéritos policiais, denúncias do Ministério Público e processos judiciais", avisou Rezende em entrevista ao O Globo em maio daquele ano.

O foco do programa era mostrar o bastidor e o factual que não era aparecia no noticiário diário por falta de tempo. A ideia era humanizar e se aprofundar nos relatos, lançando um olhar diferente sobre a notícia.

Rezende permaneceu no Linha Direta até o ano de 2002, quando se transferiu para a RedeTV!. Domingos Meirelles assumiu o programa até seu último ano, em 2007.

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