Publicado em 12/05/2019 às 15:45:00
O apresentador Pedro Bial foi entrevistado pelo filósofo Luiz Felipe Pondé no canal do Youtube “Democracia na Teia”. O jornalista falou sobre a credibilidade no jornalismo e que, por causa disso, muitos colegas acreditaram que sua carreira não resistiria após ele aceitar o desafio de comandar o “Big Brother Brasil”.
“Eu mesmo tenho uma história de vida profissional, de jornalismo, em que eu fui dado por morto e enterrado. Porque eu era um jornalista idealizado, o homem do “Muro de Berlim” e tudo mais. De repente, cair de boca no entretenimento mais popular, que é um reality show. Mais queriam me matar”, disse Bial sobre o “BBB”.
“Até hoje entendo que muita gente se sentiu traída, achando que uma coisa não combinava com a outra. Achando que versatilidade era algo proibido. O cara que é bom jornalista não pode fazer entretenimento”, explicou. “E muita gente apostava que “danou-se o Bial” e estou aí, fazendo meu programa jornalístico”, acrescentou.
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O comentário do comunicador se remete ao passado dele na Globo. Repórter do “Jornal Nacional” e “Fantástico”, Pedro criou uma imagem no mundo do jornalismo. Sua credibilidade junto ao telespectador foi tão grande, que chegou a assumir o comando da revista eletrônica dominical global, ao lado de Glória Maria, durante anos.
Sua saída do “Fantástico” ocorreu em 2001, quando aceitou o convite de apresentar a primeira edição do “Big Brother Brasil”, ao lado da atriz Marisa Orth, em 2002. Como sua colega não obteve bom desempenho na função, Bial seguiu sozinho no comando do programa nas 15 temporadas seguintes.
Com a aposentadoria de Jô Soares, o jornalista deixou o “BBB” e se transferiu para o talk-show, ocupando a faixa dos fins das noites da Globo. A linha da atração tem uma veia mais jornalística, indo na contramão dos outros programas de mesmo formato, como “The Noite” e “Lady Night”.
“Meu desejo é ter mais humor no “Conversa”. O jornalismo é a tendência natural do programa, porque eu sou jornalista, tenho uma redação excelente com jornalistas. Me beneficiei com a crise do jornalismo brasileiro, porque ficaram excelentes nomes desempregados e consegui empregar essa gente. Então isso não me preocupa, na questão de jornalismo”, falou.
“O além do jornalismo é o que eu quero”, acrescentou. “O que é o além do jornalismo?”, questionou Pondé. “É misturar o jornalismo com entretenimento, humor, trazer música. Mas, principalmente, humor”, ressaltou.
O “Conversa com Bial” se encontra na sua terceira temporada e vai ao ar de segunda a sexta, depois do “Jornal da Globo”. Para assinantes, o programa é disponível no streaming Globoplay.
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