Publicado em 13/10/2018 às 18:19:00
Neste sábado (13), completa-se 10 anos que Eloá Cristina Pimentel foi mantida em cativeiro pelo namorado Lindemberg Alves. Os internautas não esqueceram e o assunto foi destaque no Twitter, com menções sobre a cobertura televisiva da época.
O "Caso Eloá" ficou conhecido em todo país e mesmo após 10 anos, a imprensa ainda é criticada pela cobertura do crime. Na época, muitos jornalistas foram acusados de promover sensacionalismo com o caso.
A apresentadora Sônia Abrão, por exemplo, se envolveu tanto que foi até mesmo testemunha no julgamento de Lindemberg. Para muitos, as reportagens feitas pela jornalista contribuíram para o desfecho trágico.
Na época, Sônia entrou em contato telefônico com o sequestrador e conversou ao vivo com o criminoso durante mais de 30 minutos.
Durante os dias em que o sequestro continuava, a apresentadora do "A Tarde É Sua" recebeu um advogado que afirmou que o sequestro terminaria em "pizza" e que Eloá e Lindemberg se casariam, o que gerou revolta, inclusive do também jornalista José Luiz Datena, que criticou a ação de Sônia.
"Espero que a imprensa não atrapalhe mais. Alguns repórteres e apresentadores que se meteram a negociadores da polícia e não são coisa alguma. Não tem o direito de se meter", disse. Segundo Datena, um dos policiais envolvidos no resgate da jovem afirmou que após uma entrevista dada, o sequestrador voltou atrás e não quis mais se entregar: "É uma insanidade!".
Um documentário foi feito em 2015 e nele, imagens da cobertura televisiva são mostradas à diversas especialistas, que analisam o material e criticam a ação da imprensa no caso. "Normalmente a imprensa conduz você a achar que a mulher é quem fez algo de errado", interpretou uma das convidadas do documentário.
Relembre
Em 13 de outubro de 2008, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento de sua ex- namorada, Eloá Cristina Pimentel, na época com 15, localizado em Santo André (SP).
Após mais de 100 horas de cárcere privado e negociações telefônicas, o GATE e a Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo explodiram a porta no dia 18 de outubro - alegando ter ouvido um disparo de arma de fogo, negado por Nayara.
Mesmo com luta corporal contra os policiais, o sequestrador ainda conseguiu atirar em direção às reféns. Nayara saiu do apartamento andando, enquanto Eloá foi levada inconsciente para o Hospital, onde morreu ao final do dia por morte cerebral.
Lindemberg foi preso no mesmo ano, na Penitenciária de Tremembé, no interior de SP. Em 2017, sua pena foi reduzida de 98 e 10 meses para 39 anos e três meses, redução de 60%.
Veja a repercussão dos 10 anos do crime:
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