Publicado em 21/06/2024 às 19:20:00
Uma descoberta na costa norte de Israel está desafiando o conhecimento atual sobre a navegação e o comércio marítimo na Idade do Bronze. Ânforas intactas, datadas de aproximadamente 3.300 anos, foram encontradas em um naufrágio, considerado o mais antigo já resgatado na região.
Essa carga histórica promete oferecer novas perspectivas sobre as técnicas de navegação da época. A descoberta foi feita a cerca de 90 quilômetros da costa, a uma profundidade de quase dois quilômetros. O naufrágio foi encontrado acidentalmente durante uma pesquisa geográfica relacionada a petróleo e gás realizada pela empresa Energean.
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Robôs submarinos, equipados com câmeras, capturaram imagens de uma "grande pilha de jarros amontoados no fundo do mar", conforme relatou Karnit Bahartan, funcionária da empresa.
Especialistas da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) foram rapidamente mobilizados para investigar a descoberta. Jacob Sharvit, chefe da unidade marítima da IAA, destacou a importância das ânforas encontradas em condições intactas. "Essa descoberta nos revela as habilidades de navegação dos antigos marinheiros, como nunca antes foi possível saber", afirmou.
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Uma das revelações mais significativas deste naufrágio é a indicação de que os antigos marinheiros possuíam habilidades avançadas de navegação em mar aberto. Anteriormente, acreditava-se que o comércio marítimo da Idade do Bronze ocorria apenas entre portos seguros ao longo da costa.
No entanto, a localização deste naufrágio sugere que os navegadores utilizavam corpos celestes, como o Sol e as estrelas, para se orientar em alto-mar. “A partir desse ponto geográfico, somente o horizonte é visível ao seu redor. Para navegar, eles provavelmente usaram os corpos celestes, observando os ângulos e as posições do Sol e das estrelas,” explicou Sharvit.
Essa habilidade de navegação em mar aberto mostra um nível de sofisticação que os historiadores ainda não haviam documentado para essa época. Os arqueólogos recuperaram duas das ânforas para estudos detalhados. Há indícios de que esses objetos pertenceram aos cananeus, um povo que habitava a região entre a Turquia e o Egito durante a Idade do Bronze.
A análise dessas ânforas pode fornecer informações valiosas sobre as rotas comerciais e as redes de intercâmbio econômico e cultural da época. Elas serão expostas ao público em breve, provavelmente no Campus Nacional de Arqueologia de Israel.
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