Tragédia de Brumadinho vai virar série no Globoplay

O rompimento da barragem da Mina de Córrego do Feijão, da Vale, que cedeu em 25 de janeiro de 2019 na cidade de Brumadinho, interior de Minas Gerais, vai se transformar em uma série no Globoplay. A informação foi publicada na manhã desta quarta-feira (1º) pelo jornal O Globo.

A produção será uma série documental que deverá ter direção de Aly Muritiba, de O Caso Evandro, da mesma plataforma. A pré-produção já começou e a autora é a mesma de Todo Dia a Mesma Noite, que se transformou em uma série da Netflix sobre o incêndio da Boate Kiss e está fazendo grande sucesso.

A tragédia ocorrida há quatro anos deixou 270 mortas e milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração despejados na bacia do Rio Paraopeba. Três vítimas seguem desaparecidas.

A série será baseada no livro Arrastados, de Daniela Arbex. Na obra, a autora reconstitui as primeiras 96 horas depois da catástrofe. Ela entrevistou sobreviventes, familiares das vítimas, bombeiros, médicos-legistas, policiais e também moradores das áreas atingidas.

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A tragédia de Brumadinho

Na obra de Daniela, ela afirma que a Vale já sabia que não haveria chance de fuga nem do local que foi definido pela empresa como uma "zona de autossalvamento".

"O lamaceiro seguia seu curso e, após passar sobre o terminal ferroviário, não encontrou obstáculo que o impedisse de transformar em escombros a área administrativa da Vale, abaixo da B1. Exatamente como a empresa previra em seu Mapa de Inundação, ao analisar nove meses antes a possibilidade de um rompimento da barragem", escreveu ela.

Os cálculos da Vale diziam que o mar de lama poderia matar mais de 200 pessoas. E 270 perderam a vida. Até hoje, ninguém foi julgado ou preso pelo caso. O Ministério Público do Trabalho e a Vale assinaram um acordo que indeniza R$ 700 mil para cada cônjugue, filho e pai de funcionário da companhia, de maneira individual, além de R$ 150 mil a irmãos e pensão vitalícia para os dependentes.