Publicado em 15/05/2023 às 15:37:00
Novela escrita por Silvio de Abreu com direção de Denise Saraceni, Passione completa 13 anos de estreia na próxima quarta-feira, 17 de maio. A trama da Globo foi ousada ao tocar em temas polêmicos, geralmente evitados na teledramaturgia, como aborto, pedofilia, prostituição infantil e o vício em crack.
Nos primeiros meses da história, houve grande repercussão o segredo de Gerson (Marcello Antony), campeão de automobilismo que passava horas aficionado em frente à tela de um computador. O mistério foi revelado a três meses do fim: ele assistia a vídeos de sexo bizarro, fato que frustrou o público, que esperava algo mais impactante.
O fato que chocou em relação ao personagem só seria exibido na reta final. Sua compulsão sexual era resultado de um trauma de infância. Quando criança, Gerson foi abusado por Valentina (Daysi Lúcidi), que trabalhava em sua casa. Avó da vilã Clara (Mariana Ximenes) ela também cafetinava as próprias netas, como a adolescente Kelly (Carol Macedo).
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No último capítulo, revela-se que Clara era a assassina do empresário Saulo (Werner Schünemann). Ainda menina, ela foi estuprada pelo executivo, com o consentimento de Valentina, e resolveu se vingar. A revelação só ocorre em flashback na última cena de Passione. “Pedófilo desgraçado, vai pro inferno!”, cravou a vilã após esfaquear o mau-caráter em um motel.
O crack também foi abordado em Passione com o personagem Danilo (Cauã Reymond), ciclista de sucesso que experimenta a primeira pedra e perde o controle. Pertencente a uma família milionária, ele é expulso de casa pelo pai, Saulo, e desaparece. Meses depois, descobre-se que ele está vivendo debaixo de um viaduto, na Cracolândia de São Paulo, e dá início a um tratamento para superar a dependência.
Outro tabu convocado foi o aborto. A jovem Fátima (Bianca Bin) se descobre grávida, resolve abortar em uma clínica clandestina e corre risco de morte após o procedimento. O tema voltou à cena no decorrer da história quando a vilã Melina (Mayana Moura) chantageia Diana (Carolina Dieckmann) para que a mocinha tire o bebê que espera de Mauro (Rodrigo Lombardi).
Com temas tão polêmicos, Passione demorou para cativar o público e teve a menor média no Ibope entre novelas de sua faixa horária, até então: 35 pontos na Grande São Paulo. Só nas últimas semanas, com a falsa morte do protagonista Totó (Tony Ramos) e com as cenas em que Clara é desmascarada, o folhetim conseguiu elevar os números.
Foi também a última novela de Silvio de Abreu para as 21h da Globo. Após o remake de Guerra dos Sexos (2012), para a faixa das 19h, ele atuou como supervisor de texto até assumir a direção de dramaturgia da emissora. No ano passado, ele deixou a empresa. Nunca reprisada, Passione está disponível, na íntegra, no Globoplay. Relembre a abertura:
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