“Judite é uma mulher batalhadora. Honesta, sim, porém não perfeita. Ela tem uma conduta ética, mas todo mundo tem telhado de vidro. Ela está do lado do bem, mas não é a heroína perfeita. É uma heroína um pouco torta.”
Publicado em 13/04/2023 às 04:30:00,
atualizado em 13/04/2023 às 16:23:46
Bater de frente com uma vilã carismática não é tarefa fácil. Em Todas as Flores, Mariana Nunes tem cumprido essa dura missão a contento. A atriz vê sua personagem como uma mulher batalhadora e honesta, mas que foge do comportamento habitual de uma mocinha de novela. E, mesmo com tanta fibra, Judite não escapou de receber críticas dos fãs da trama nem de virar meme nas redes sociais.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Mariana Nunes fala sobre estar do lado do bem em uma história dominada pelo mau-caratismo – como manda a grife do autor João Emanuel Carneiro. “O público pede muito para a Judite deixar de ser chata, deixar de ser repetitiva, parar cuidar da vida dos outros e passar a cuidar da própria vida (risos)”, diverte-se a atriz.
Ainda na primeira fase, os fãs de Todas as Flores fizeram viralizar uma foto de Judite com a frase “Tem dedo da Zoé nisso”, referindo-se à sua maior rival, papel de Regina Casé. “É difícil virar meme por falar sempre a mesma coisa”, brinca Mariana. Ela avalia que, mesmo ética, sua personagem é bastante complexa:
“Judite é uma mulher batalhadora. Honesta, sim, porém não perfeita. Ela tem uma conduta ética, mas todo mundo tem telhado de vidro. Ela está do lado do bem, mas não é a heroína perfeita. É uma heroína um pouco torta.”
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Enquanto Maíra (Sophie Charlotte) se corrompe em nome da vingança, Judite seguirá ao seu lado. A relação entre elas é problemática, na opinião da atriz. “Ela acaba sendo capacitista, mesmo sem intenção, porque se intromete muito, como se a afilhada não tivesse capacidade e autonomia de escolher o que quer fazer da própria vida, estando certa ou errada.”
Para Mariana Nunes, Judite tenta apagar o passado e a mulher que existe dentro dela. “Ela tem como única missão ajudar a Maíra e cuidar do filho. Isso acaba revelando um traço muito forte de codependência. Precisa estar sempre resolvendo o problema dos outros para se sentir útil, e acaba esquecendo da própria vida.”
A personagem é semelhante a várias mulheres à nossa volta, segundo a intérprete. “Judite é uma gama vasta de arquétipos de mulheres que a gente conhece. É uma mãe solo, uma mulher negra sem namorado. Faz parte da estatística da solidão da mulher negra. Quantas mulheres a gente vê, em diferentes condições sociais, passando por essas situações?”
Os novos capítulos de Todas as Flores, que estrearam na semana passada, marcaram uma virada na vida de Judite. Ela finalmente revelou que Pablo (Caio Castro) é filho de Humberto (Fábio Assunção), o que muda drasticamente sua relação com o rapaz. “Ele passa a ignorar a mãe num nível, que a relação entre eles fica muito tensionada.”
“Judite se sente culpada, e é muito bom vê-la com culpa, porque ela é cheia de razão, quer sempre exigir que os outros façam a coisa certa. Agora, estará nessa busca do perdão do filho”, antecipa Mariana Nunes. A atriz também espera que sua personagem “se resolva como mulher” na reta final da história.
“Não que toda mulher tenha que ter um namorado ou namorada, terminar com alguém, mas sinto que a Judite… Ah! Não posso falar muito! Mas dá para ver que ela gosta do Humberto, não dá? (risos) Tem uma mulher ali dentro que ainda está um pouco retraída, sofrida, traumatizada. Quero muito que ela resolva esse lado até o final da novela.”
Mariana Nunes
No início, causou espanto a escalação para ser mãe de Caio Castro na ficção. Ela tem 42 anos, e ele, 34. A diferença de apenas 8 anos não precisou ser trabalhada pelos atores, segundo Mariana. “Não sei se é a Judite que é mais velha do que eu; talvez o Caio seja mais velho que o Pablo. Sei que fotografo mais nova, mas é super possível uma mulher da minha idade ter um filho jovem adulto”, resume.
“Esse não foi um grande problema para a gente. Apostamos muito na construção da relação entre mãe e filho, que é bem conflituosa, bem edipiana. Ela esconde, 'mata' o pai desse filho para preservação de um caráter do Pablo. Acho que temos conflitos suficientes para construir uma relação minimamente interessante entre mãe e filho, independentemente da idade dos atores.”
A novela tem conquistado boa audiência e repercutido bastante na internet. “Para além das redes sociais, a rua falou muito sobre Todas as Flores”, conta Mariana. “Virou o assunto quando vou dar uma volta com minha cachorra ou saio para tomar um café ou comprar algo na banca da minha rua… As pessoas sempre vêm comentar comigo.”
“O que chega a mim é que a novela é muito envolvente. As pessoas começam a assistir e não conseguem parar”, avalia a atriz. As gravações chegaram ao fim em dezembro de 2022 – ou seja, a segunda fase de Todas as Flores já está totalmente filmada e deve terminar em maio no Globoplay, com um total de 85 capítulos.
Atualmente, Mariana Nunes também grava a segunda temporada da série Um Dia Qualquer, cujos primeiros episódios estão no HBO Max. Ela também aguarda as estreias de Amar é para os Fortes, do Prime Video, e da adaptação de Grande Sertão: Veredas, que será lançada nos cinemas. No segundo semestre, volta ao teatro com a peça Amor e outras Revoluções.
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