Publicado em 20/04/2020 às 15:19:00
Êta Mundo Bom (2016) foi escolhida para substituir Avenida Brasil (2012) no Vale a Pena Ver de Novo e o ator Sergio Guizé, que interpretou o protagonista Candinho, comemorou o retorno da trama de Walcyr Carrasco, que estreia no dia 27 de abril e dividirá espaço com o enredo de João Emanuel Carneiro.
“Estou muito feliz e ansioso para rever a trama. Estamos precisando da leveza que ela traz, com uma história bonita, contada de forma lúdica e bem-humorada. Vai ser aquele momento gostoso de assistir tomando o café da tarde. E acho que vou curtir mais agora, pois quando estamos gravando o olhar é outro, assistimos um capítulo já pensando no próximo”, afirmou.
Êta Mundo Bom foi o terceiro protagonista de Guizé – ele trabalhou em Saramandaia (2013) e Alto Astral (2014) – e garante que acabou sendo um dos maiores desafios da sua carreira.
“Candinho é um marco na minha carreira. Ele representa felicidade, esperança, gratidão, é muito difícil reunir tantas coisas boas num único personagem. Acho que não poderia ter melhor momento para ele voltar. Candinho, sem dúvida, diria que vamos aprender muito com as dificuldades que enfrentamos agora", comentou Sergio, fazendo menção à pandemia da Covid-19.
A novela obteve a maior audiência da década no horário das seis, alcançando média de 27 pontos. Guizé acredita que o sucesso da trama ocorreu por causa da leveza do enredo e pelos profissionais envolvidos.
“Em primeiro lugar a mensagem e a condução da história pelo Walcyr Carrasco e Jorge Fernando. A dobradinha autor e diretor que eles tinham era infalível. Além disso. o elenco é brilhante, com grandes mestres como Marco Nanini, Ary Fontoura, Eliane Giardini e tantos outros... O elenco jovem era muito talentoso também e tinha o astral de toda a equipe, fomos muito felizes durante o trabalho”, declarou.
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Êta Mundo Bom foi cercada de referências e Sergio Guizé seguiu os conselhos dados por Walcyr Carrasco. O ator buscou inspirações em Charles Chaplin e, principalmente, Mazzaropi, além de outros artistas do cinema mudo.
“Eu bebi em muitas fontes. Li o conto do Voltaire Candido ou o Otimismo e assisti ao filme Candinho com Mazzaropi, que foram referências do Walcyr Cararsco para escrever a novela. Me inspirei muito em Charles Chaplin e no cinema mudo e também busquei referências na minha memória afetiva. O personagem de certa forma foi uma homenagem a minha avó materna, Maria. Candinho tem muito dela, o sotaque principalmente”, contou.
E o global não esconde que ficou emocionado ao gravar a cena em que Candinho reencontra sua mãe. “Sem dúvida a que me marcou mais foi o reencontro do Candinho com a mãe. Foi emocionante, ficamos todos comovidos em cena. Era um dia de gravação muito especial, estávamos ansiosos por esse momento. A mais difícil foi no último capítulo quando ele olha diretamente para a lente da câmera e dialoga com o público, olho no olho, que a sua teoria se concretizou”, revelou.
Mas houve muita diversão durante o projeto, garante o ator. “Tivemos várias, mas a mais marcante foi logo no primeiro dia de gravação. Eu tinha cena com o burro e estávamos nos conhecendo ainda. Determinado a dar o meu melhor, eu queria me entender com ele a todo custo e quando o Jorge Fernando deu ação, a cena era Candinho e Policarpo olhando a paisagem, mas me veio a ideia de subir no burro. Depois de muito sacrifício eu montei, mas ele começou a rodar, e rodava cada vez mais rápido. Eu fiquei desesperado, olhava para a equipe com olhos arregalados, pedindo socorro, não conseguia falar e nem eles conseguiam parar de rir...”, declarou.
“Aprendi muita coisa aquele dia, o Juca - nome do burro na vida real - me olhava com uma cara do tipo: não vem improvisar não, não me lembro de termos combinado que você subiria em mim! (risos). Nunca mais vou esquecer isso. A situação está na abertura da novela. O Jorge Fernando se divertia muito quando essas coisas aconteciam em cena, quando eu escorregava na lama ou derrubava comida sem querer em cena, porque sou atrapalhado mesmo, ele aproveitava tudo (risos)”, acrescentou.
Sergio Guizé irá acompanhar Êta Mundo Bom durante a quarentena ao lado da esposa e atriz Bianca Bin. Os dois, que moram no interior de São Paulo, se isolaram durante esse período de pandemia.
“Estou em casa há mais de um mês com a minha mulher, Bianca Bin, e nossos cachorros. Tenho a sorte e o privilégio morar no interior, rodeado de silêncio e natureza. Estou buscando o autoconhecimento, estudando, pintando meus quadros. Tenho tentando estar mais próximo da família e dos amigos, e ajudar os mais vulneráveis. Como a Bianca também atuou na novela, estamos felizes em poder assistir juntos já que estamos em casa”, concluiu.
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