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No ar em "A Dona do Pedaço", Rosane Gofman lamenta a atual política no Brasil

“O cenário político no Brasil está péssimo! A sensação é que estamos regredindo”, dispara Rosane

Rosane Gofman comemora mais uma parceria com Walcyr Carrasco - Foto: Nanah Garcia
Por Taty Bruzzi

Publicado em 28/05/2019 às 13:05:04

Para Rosane Gofman, que entrou na segunda fase da novela das 21h da Globo, "A Dona do Pedaço", como a governanta de Maria da Paz (Juliana Paes), o Brasil atravessa uma cenário político péssimo.

"A sensação é que estamos regredindo. Eu acho que a arte tem o dever de fazer pensar, modificar as coisas e provocar", contou a atriz, em entrevista exclusiva ao NaTelinha.

Na trama escrita por Walcyr Carrasco, Rosane Gofman, 61, será uma espécie de braço direito da personagem de Paes. Ellen ajudou a criar Josiane (Aghata Moreira), filha da boleira, e é a primeira a perceber o desvio de conduta da jovem. "A Juliana é uma pessoa querida e generosa. Entregue e talentosa, além de ter muito bom humor, o que é fundamental", elogia Gofman. 

Atriz e Fonoaudióloga, Rosane começou a atuar aos 15 anos, no Teatro Tablado, e iniciou a carreira em uma peça dirigida por Wolf Maya. Reencontrou o diretor em seu primeiro trabalho na TV, a novela “Louco Amor” (1983) escrita por Gilberto Braga.

Na carreira, soma 20 folhetins na Globo, o mais recente foi “Orgulho & Paixão”, no ano passado. Além de “A Dona do Pedaço”, ela está no ar na reprise de “Por Amor”, no "Vale a Pena Ver de Novo", e em breve em “Chocolate com Pimenta”, que será reprisada pelo Canal Viva a partir de outubro.

Confira a entrevista completa:

Na segunda fase de "A Dona do Pedaço" você será Ellen, secretária e confidente da Maria da Paz, protagonista da trama. Como é sua personagem? E como tem sido a parceria com a Juliana Paes?

Rosane Gofman - A Ellen está há muito tempo na vida da Maria da paz, desde que a Josiane era pequena, e ajudou a criar a menina. Hoje ela é tipo uma governanta, mas cuida da Maria como se fosse filha. Juliana é uma pessoa querida e generosa. Entregue e talentosa, além de ter muito bom humor, o que é fundamental.

NaTelinha - O que o telespectador pode esperar desta dupla? Vem muita coisa boa por aí?

Rosane Gofman - Acho que pode esperar momentos de muito carinho, amizade e cumplicidade, além de momentos divertidos, nos quais estará presente o mordomo Jardel, feito pelo DuioBotta.

O Walcyr Carrasco tem como uma de suas características apostar nos textos cômicos e nas cenas pastelão. Em "Chocolate com Pimenta", outra novela do autor e na qual você também trabalhou, teve a famosa sequência de tortas na cara. Em "A Dona do Pedaço", a protagonista é uma boleira que se torna grande empresária. Vai rolar torta na cara ou você acha que ele irá focar apenas no drama?

Rosane Gofman - Eu acho que corre o risco sim. [Risos] O Walcyr [Carrasco] gosta muito de comédia também. Ele escreve ambas as coisas com brilhantismo.

Sua personagem entra na trama já na segunda semana da novela. Atualmente, o telespectador também pode matar as saudades da Rosane Gofman na reprise de "Por Amor", no Vale a Pena Ver de Novo. E ainda vem “Chocolate com Pimenta” em breve, no Viva. Como é estar no ar em mais de uma novela ao mesmo tempo?

Rosane Gofman - É uma delícia! É o resultado de muito trabalho e da delícia de ter tido o meu trabalho reconhecido.

Ainda sobre "Por Amor", a novela de Manoel Carlos tem registrado ótimos índices no ibope. Prova de que é uma trama atemporal e que o telespectador ama. Como foi trabalhar nesta novela com temas tão fortes? Para você, vale tudo por amor?

Rosane Gofman - Vale! Quer dizer, menos maltratar as pessoas e tomar atitudes que agridam alguém. Tudo do Maneco [Manoel Carlos] é muito bom. Tadinha foi deliciosa de fazer. Leve e divertida. Na verdade, ela dava uma amenizada no clima quando estava pesado.

Em comemoração aos 30 anos completados em 2018, "Vale Tudo" foi reprisada pela segunda vez no canal Viva e novamente foi sucesso. O público mais uma vez parou para assistir ao assassinato de Odete Roitman, brilhantemente interpretada por Beatriz Segall, que nos deixou recentemente, e comentou a repercussão como algo inédito. Você esteve no elenco. Levando em consideração o cenário político brasileiro, sempre alvo de críticas, qual a importância de uma novela tão atemporal quanto essa escrita por Gilberto Braga?

Rosane Gofman -“’Vale tudo” poderia passar quantas vezes fosse que seria atual. O cenário político brasileiro está péssimo e o do mundo também. A sensação é que estamos regredindo. Eu acho que a arte tem o dever de fazer pensar, modificar as coisas e provocar. Nesse caso, “Vale Tudo” é uma obra de arte.

 Em "Tieta" você interpretou Cinira. A solteirona começa a trama como fiel escudeira da Perpétua (Joana Fomm), mas ao se relacionar com Jairo (Elias Gleizer) ela se liberta da má influência da vilã. Uma das características da sua personagem era ter um "tremelique" sempre que se aproximava de um homem bonito ou escutava algo relacionado a sexo. Nessas horas, ela só se acalmava nas mãos de Osnar (José Mayer), galã da trama. A ideia da tremedeira e das sacudidas foram do autor ou sua? Deve ter sido engraçado gravar, né?

Rosane Gofman - A tremedeira acho que foi minha. Era muito divertido e a novela foi um sucesso! Fiz parceria com a Lília Cabral, que foi fantástica, e o elenco era maravilhoso. O Zé Mayer era um dos mais queridos do set.

Para finalizar, assim como "Vale Tudo" e "Por Amor", "Tieta" também foi reprisada pelo Viva e marcou bons índices de audiência. Na sua opinião, mesmo diante da modernidade e das novas tecnologias, por que novelas antigas fazem tanto sucesso quando reprisadas? Às vezes, até mais dos que produções que estão no ar.

Rosane Gofman - Acho que o conteúdo delas mexeu com o público de uma maneira especial, cada qual por um motivo. As lembranças são as melhores. Sou muito grata a todos os autores com os quais eu trabalhei.

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