Publicado em 23/08/2019 às 16:39:00,
atualizado em 25/07/2022 às 21:29:42
O Festival de Gramado neste ano tem sido palco de protestos políticos, principalmente contra o Governo Jair Bolsonaro. Muitos produtores, cineastas, roteiristas e atores vêm demonstrando preocupações com o jeito do presidente e seus aliados tratarem a área cultural. Na noite da última quinta-feira (23), Miguel Falabella leu um manifesto em defesa do cinema brasileiro.
O documento contou com a assinatura dos organizadores do Festival de Gramado e outras 60 associações e entidades que fazem parte do setor. A insatisfação ficou ainda maior depois da suspensão do edital com filmes e séries com temáticas LGBTQ+.
O posicionamento de Falabella foi bastante aplaudido pelos convidados e outros artistas também pediram que a cultura do país tenham maior respeito.
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“Profissionais e entidades representativas do audiovisual brasileiro vêm se manifestar em apoio à manutenção e fortalecimento das políticas públicas para o desenvolvimento do setor. Apoiamos a permanência e a independência da Ancine, agência responsável pelas políticas públicas de fomento e regulamentação, cada vez mais ativa, livre e desburocratizada com foco no desenvolvimento de uma cinematografia forte, capaz de representar o Brasil em toda sua diversidade.
Apoiamos o Fundo Setorial do Audiovisual, a sua vinculação à Ancine e a nomeação de seu comitê gestor. Os recursos são gerados pelo próprio setor, de forma auto-sustentável. Apoiamos a lei da TV paga, 12.485, pelo seu papel decisivo no crescimento do setor e por facilitar o acesso da população ao conteúdo nacional independente.
Reinvindicamos a renovação da cota de tela, cujo decreto para o ano de 2019 ainda não foi assinado pelo governo brasileiro. Reinvindicamos a renovação do Recine e da Lei do Audiovisual antes de sua expiração, em dezembro deste ano. Apoiamos a regulação do VOD, que precisa estabelecer as bases deste novo mercado e integrar este segmento às políticas de estímulo da produção nacional.
Contestamos a portaria 1.576, de 20 de agosto, que suspende os termos do edital do chamamento das TVs públicas, publicada ontem. Repudiamos qualquer ataque ou quaquer tipo de censura que atente a liberdade de expressão ou fere os princípios constitucionais garantidos pelo artigo 50 da Constituição.
O audiovisual brasileiro vive seu melhor momento, com reconhecido potencial cultural, artístico e econômico, dentro e fora do país. Nossa cadeia produtiva é dinâmica e movimenta mais de R$ 25 bilhões por ano, representando 0,46% do PIB brasileiro. Tem uma taxa de crescimento de 8,8% ao ano e é responsável por mais de 330 mil empregos. Garantir o audiovisual fortalecido e livre é fundamental para a soberania nacional”.
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