Tortura

Paulo Coelho revela detalhes do que sofreu na ditadura e diz que foi espancado

Escritor fez forte relato nas redes sociais

Paulo Coelho publicou texto impressionante no X/Twitter - Reprodução/TV Globo
Por Redação NT

Publicado em 21/07/2024 às 17:03:00

Na madrugada deste domingo (21), Paulo Coelho usou sua página no X/Twitter para fazer um forte relato sobre o que sofreu quando foi preso, interrogado e torturado durante o período de ditadura militar. O episódio aconteceu em 1974, no AI-5, considerado o mais duro entre os anos de chumbo.

Em um texto escrito em inglês, o autor contou que agentes do Dops (Departamento de Ordem e Política Social) da ditadura invadiram o apartamento em que ele morava no Rio de Janeiro e o levaram à força para uma delegacia, na qual ele respondeu poucas perguntas, foi fichado e, depois, liberado.

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Quando saiu da delegacia, o escritor, que na época era um músico de rock, entrou em um táxi com destino à casa de seus pais. Porém, no caminho, dois carros cercaram o automóvel no qual ele estava e ordenaram que o artista deixasse o veículo. A partir daí, ele foi raptado e espancado sem saber onde estava porque tinha o rosto coberto por um capuz.

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Paulo Coelho foi deixado em praça

Paulo Coelho seguiu seu relato contando que, no dia seguinte ao rapto, foi levado para uma sala escura e fria por conta de um ar condicionado gelado. Lá, ele ouviu uma sirene tocando incessantemente e desmaiou diversas vezes. O escritor perdeu a conta de quantos dias permaneceu no local.

O autor foi levado de volta ao confinamento solitário e ficou mais um tempo, perdendo a conta de quantos dias passou no local. Em determinado momento, ele recebeu a ordem de pôr um capuz sobre o rosto e entrou no porta-malas de um carro, que o levou para uma praça do Rio, que ele não sabe qual é até hoje.

Segundo Paulo Coelho, seu biógrafo, Fernando Morais, soube de todos esses detalhes quando liberaram os arquivos da ditadura para consulta pública. Morais chegou a perguntar se o veterano gostaria de saber quem o delatou, mas ele negou, alegando que isso não mudará o passado.

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