Publicado em 26/02/2021 às 06:07:00
Cláudio Cavalcanti (1940-2013) se destacou em A Viagem (1994), novela que está sendo reprisada atualmente no Viva, como Dr. Alberto, mas ele decidiu se afastar da TV sete anos depois de fazer parte da trama espírita. Longe das telas, o ator se dedicou a carreira política e ocupou o cargo de vereador do Rio de Janeiro, além de entrar em polêmica em relação à função de deputado estadual. Antes de morrer, o artista retomou aos folhetins em Amor & Revolução (2011), no SBT, e depois fez a série Sessão de Terapia, na GNT.
Em A Viagem, Cláudio tinha um bom relacionamento com os atores, mas irritou um diretor da produção por causa do excesso de religiosidade. Guilherme Fontes, que deu vida ao vilão Alexandre, contou a história em entrevista ao Estadão.
“Lembro que um dia o Cláudio Cavalcanti, muito envolvido com a história, começou a fazer uma reza no estúdio, uma espécie de culto. Um diretor - que não vou citar o nome - entrou muito bravo no set, dizendo que era para parar com aquilo, que a novela era uma história, um teatro. Havia muito respeito, claro, mas era preciso separar as coisas”, declarou
Mas todo esse envolvimento do ator o levou a receber muitos elogios dos jornalistas especializados em TV da época e também do público. “Todas as novelas que fiz com o (diretor) Herval Rossano para o horário das 18h, como O feijão e o Sonho (1976), Maria, Maria (1978) e Terras Sem Fim (1981), foram muito importantes. Destaco ainda Roque Santeiro (1985) e A Viagem. Até hoje as pessoas pensam que sou espírita por causa dessa trama”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.
E Cavalcanti não conseguiu obter o mesmo sucesso na televisão depois de A Viagem, tanto que optou por uma carreira intrigante: a política. “Tenho tido muitos convites, mas não queria fazer participação especial em novela ou Malhação. Queria voltar com algo que fosse espetacular. São 57 anos de carreira. Pode parecer cabotinismo, mas já fiz muita coisa boa. Claro que também já fiz coisas ruins. Só que agora eu devo um padrão de qualidade ao meu trabalho. Estava atrás de algo que fosse me dar orgulho e prazer de ter feito”, ressaltou.
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Em 2000, Cláudio foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, pelo então PFL, atualmente o DEM. Sua plataforma era defender políticas voltadas aos animais. Em 2004, acabou sendo reeleito e conseguiu criar 29 projetos de leis, consideradas pioneiras em relação a defesa dos direitos animais. Os projetos de Cavalcanti proibiam o extermínio de animais abandonados e introduziu a esterilização gratuita como método oficial de controle populacional e de zoonoses. O ator também criou a lei que proíbe rodeios, circos com animais e estabeleceu multa para maus-tratos.
Em 2006, se candidatou a deputado estadual e acabou sendo suplente. Após o deputado Natalino ser cassado, Cláudio era o sucessor natural por conta do seu número de votos, mas a Assembleia empossou outro parlamentar menos votado, que obrigou o ator a procurar a Justiça. O trabalho como parlamentar o deixou cheio de orgulho. Vegetariano e ativista, assim como sua esposa Maria Lucia Frota, trabalhou para fortalecer a Secretaria Municipal de Defesa dos Animais, na cidade do Rio de Janeiro. “A minha prioridade nos últimos anos foi a secretaria municipal de Defesa dos Animais do Rio”, declarou no mesmo ano que faleceu.
O último trabalho de Cláudio na TV, antes de se dedicar ao seu cargo político, aconteceu em Roda da Vida (2001), da Record. Ele retornou aos folhetins 10 anos depois, quando aceitou o convite para trabalhar em Amor & Revolução, do SBT.
“Recebi o convite do produtor Sérgio Madureira, um grande amigo. Infelizmente ele teve um derrame e morreu antes da estreia. Trabalhei com o (diretor) Reynaldo Boury. A novela prometia ser mais aprofundada. Os primeiros capítulos foram primorosos. Eu gravei cenas levando porrada e pendurado no pau de arara. Chegava duas horas antes para me maquiar para parecer horroroso, todo ferido. A trama tratava dos anos de chumbo no Brasil e a proposta era fazer algo muito corajoso. Não chegou a ser censurada, mas o SBT sofreu um aperto. Repentinamente, o foco mudou. Mesmo assim a experiência foi boa”, relembrou.
Em 2013, ele aceitou interpretar o personagem Otávio, em Sessão de Terapia. Selton Mello teve papel fundamental para que o artista fizesse parte do elenco da segunda temporada da série, do GNT.
“Conheci o Selton ainda menino, mas nunca tivemos proximidade. Quando vi O Palhaço, caí duro para trás, de tão impactado. A atuação dele em Meu Nome não é Johnny também é digna de qualquer prêmio internacional. Recentemente, recebi a ligação de uma produtora da Moonshot (responsável pela série), e o Selton teve a grande gentileza de vir até a mim para falar do projeto. Fiquei um pouco obcecado com esse trabalho. Eu queria fazer de forma irretocável e cheguei e ter insônia durante o processo”, explicou na ocasião.
Cláudio morreu no dia 29 de setembro de 2013, no Rio de Janeiro, aos 73 anos. O ator foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Pró-Cardíaco no dia 22 de setembro e precisou passar por uma cirurgia dois dias depois por causa da falência de uma vértebra.
Ele foi cuidado por Carlos Eduardo Menna Barreto, cardiologista e genro do ator, e o médico explicou que o artista sofreu um choque cardiogênico, que evoluiu para uma insuficiência renal. O problema causou falência múltipla dos órgãos e ocasionou no falecimento.
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